quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Desejo-vos uma Lua Azul!

Fala-se em Lua Azul quando num mesmo mês acontecem duas luas cheias. É um fenómeno que não acontece todos os anos e, por ser mais raro, diz-se que traz sorte. 

Sei que não vai acontecer em 2016 porque aconteceu este ano no passado mês de Julho. De qualquer modo, desejo-vos, para o Ano Novo, a magia e a sorte toda que uma possível Lua Azul pudesse trazer.

Tal e qual como diz a cançãozinha anos 60 da qual poucos de vós se lembrarão.

Oiçam que vão achar divertida... e MUITO BOA SORTE no Ano Novo!!


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Passagem de Ano

Quem não sonhou alguma vez fazer uma passagem de ano numa cidade como esta?

Ui!!




A Casa das Histórias

Já passava das cinco quando chegámos perto da Casa das Histórias, o museu da pintura de Paula Rego, em Cascais. Tarde para a visita, bem sei. Mas queríamos muito ver o edifício que me diziam ser algo "diferente". Sempre é um «Souto Moura»!




À entrada, recebeu-nos este simpático «elefante».



Já no interior, esperava-nos um jovem assistente - agora já não se diz "funcionário", que parece mal... - que, ao contrário do boneco da entrada, de simpático nada tinha. Devia estar de mau humor porque era sábado à tarde, quase hora de encerrar, e apareciam-lhe estes «cromos» a perguntar se ainda dava tempo para ver a exposição. Depois de o dito assistente mal-humorado dizer que era connosco, e talvez para o contrariar, resolvemos entrar para dar uma vista de olhos.

O painel da entrada, bordado e em trabalho de retalhos, representa a Batalha de Alcácer-Quibir e é um espanto de desenho e de cor!




A exposição tem o nome de Caçadora Furtiva e apresenta uma quantidade de obras inspiradas em grandes mestres britânicos, como Shakespeare, Jane Eyre. 

A obra central é um enorme painel «Jardim de Crivelli» em que a pintora integrou as imagens de obras com que «o seu olhar se cruzou».

(imagem da net)

Nas várias salas por que rapidamente passámos, vimos quadros (e muitos dos seus desenhos a carvão de estudo preparatório) de várias coleções como:

O Tempo Passado e o Presente;



O Anjo;


Amor entre Mulheres;


As Bruxas de Pendle;





O Celeiro;



E o inédito «A Artista no seu Atelier», em que Paula Rego aparece também ela própria.




A "Caçadora Furtiva" é um projecto original que agrega os desenhos e pinturas realizados para a execução do painel, bem como outras obras que evidenciam a experiência artística de Paula Rego.

Como fica patente, a sua pintura está centrada na figura da mulher, sempre em situação de vulnerabilidade pelo que quase sempre se reveste de uma crueza, de uma fealdade que chegam a agredir o visitante. Deverá ser essa a intenção: agredir para nos obrigar a pensar, a tomar posição, a intervir...

Vale a pena visitar. Digo eu...


(as fotografias dos quadros foram retirado da net, já que não se pode tirar fotografias no museu. As informações foram retiradas de: http://rr.sapo.pt/noticia/42220/paula_rego_mostra_o_lado_de_cacadora_furtiva)


domingo, 27 de dezembro de 2015

E agora?

Agora há que pensar como se vai fazer a passagem de ano! E temos que fazê-lo o melhor possível!




Boa semana!!

sábado, 26 de dezembro de 2015

Ainda o espírito natalício...














Pronto! Cá continuo eu a «dar música» aos meus amigos.... Espero bem que gostem.

E, já agora, digam-me: acreditam em anjos?!... 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Um clássico de Natal

Um clássico que nunca nos cansamos de ouvir e "reouvir" pelo Natal e que volto a deixar aqui para quem passa, com estes belos votos inocentes e simples que o John Lennon passou a apregoar depois de se juntar com a Yoko e por isso houve um qualquer louco que lhe deu um tiro...

«War is over
if you want...»





(...)
A very merry Christmas
And a happy New Year
Let's hope it's a good one
Without any fear

And so this is Christmas
And what have we done
Another year over
And a new one just begun

And so this is Christmas
I hope you have fun
The near and the dear one

The old and the young
(...)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Tempo de Fantasia

O Natal é também tempo de fantasia, de luz, de imagem, de cor. Faz lembrar a fantasia do cinema com toda a sua utopia, a imagem, a luz, a cor, o sonho.

Foi assim que me lembrei de deixar aqui um pouco da fantasia alegre que o cinema nos permite e nos transmite, ao som desta bela canção Dream a little dream of me.  

Trata-se de uma cena do filme French kiss, uma comédia romântica dos anos 90. A canção, porém, - linda de morrer - foi composta nos anos 30 do século passado e teve, ao longos das décadas, interpretações excelentes desde Ella Fitzgerald, a Sinatra, Nat King Cole, Doris Day, The Mamas and Papas, até Michael Bublé ou a bem apreciada (mas não por mim...) Diana Krall.




Poderão querer apreciar a versão Ella/Louis Armstrong. 





Entretanto, nada de tristezas, façam por viver a fantasia do Natal!



terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Chegou o Inverno!




Não nos enganou! O facto é que ontem começaram de baixar as temperaturas por ordem do solstício...

E ele, o senhor Inverno, fez a sua entrada triunfal hoje, aí pelas 4.48 da madrugada...

Se gosto do Inverno? Gosto! Acho que agora gosto de todas as épocas, de todas as estações, mas o certo é que prefiro o Senhor Solstício do Verão...

Bom, mas hoje lembrei-me de deixar aqui imagens de outros Invernos... diferentes.

Serra da Estrela, Janeiro de 1978

(a minha filha Ana com o seu primo Pedro)





(e aqui com a jovem mãe - moi mêmme... - com as belas calças à boca de sino, estilo anos 70...)




Dez anos mais tarde, os mesmos com os maninhos mais novos. Serra da Estrela, Dezembro de 88.


(deslizando no gelo) 



(a minha filha Marta com o seu primo Ricardo)


(as duas)



(e, por fim, o «esbardalhaço»...)


Que belos tempos!!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Mimos

Coisas lindas que recebi de amigas aqui do blog e que não posso deixar de trazer para aqui como forma de agradecimento pelo carinho, pela ternura.

Da Lídia Borges recebi o seu último livro de poemas, Baile de Cítaras, que a autora define assim:

Baile de cítaras
o trilar dos pássaros.

Encantadora partitura
soletrada
entre os ramos do vidoeiro 
e o corpo de um verbo
à janela esta

sublime conjugação!





Da Fê Blue Bird  recebi este presentinho quente e fofo a quem só falta miar...



E da Majo veio esta belíssima canção de Natal na voz de Sinatra.




Grata por estes (e outros) mimos, para estas amigas - e todas as outras e outros - ficam aqui os meus mais sinceros votos de Boas Festas!!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Inté...

Amigos, entre os afazeres de (mini) autarca e outros deveres para com (outros) amigos, despeço-me até 2ª feira próxima.

Até lá, beijinhos, abraços e façam por se divertirem!



quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Talheres para esta época

Atendendo à época de Festas em que sempre se come mais e muito (?) deixo aqui a imagem do tipo de talheres a pormos na mesa dos jantares de Natal e de Fim de Ano...





quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Que lindo dia!!

O tempo tem estado vestido de primavera. Os entendidos dizem que «vamos pagar isto bem caro» e eu acredito. Nada de geada pela manhã, nem de "acentuado arrefecimento noturno". Uma primavera com dias mais curtos. 

Esta manhã, puxei os estores e o Sol irrompeu, brilhante, pelas vidraças e quando cheguei cá abaixo e abri a porta ao meu neto, senti aquele aroma meio seco que chega com as temperaturas amenas... 

E aí veio-me à lembrança a quadra daquela canção que por vezes dizia aos meus alunos:

«Oh what a beautiful morning!
Oh what a beautiful day!
I've got a beautiful feeling,
Everything's going my way!»

Só não é verdade que «tudo esteja a correr à minha medida», mas enfim...

A canção é de um filme musical que muitos dos meus amigos não conhecem porque é de 1955, ano em que ainda nem pensados estavam! Era o filme «Oklahoma» que foi decalcado na peça musical do mesmo nome dos anos 40 que pretendia mostrar as delícias do campo e da vida num rancho. Mas... aqui está a canção do filme.





Ou será que preferirão a versão de palco?




terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Canção de Natal

Tinha intenções de falar do reconhecimento pela UNESCO de Óbidos e de Idanha-a-Nova como cidades criativas, cidade literária e cidade musical respetivamente;

Tinha intenção de comentar (uma vez mais) a imbecilidade que são os rankings da escolas (bem como qualquer tipo de ranking, diga-se de passagem) e de como a Inspeção-Geral de Educação, preocupada apenas com coligir montanhas de papeis quando vai às escolas, ignorando completamente o funcionamento diário das mesmas nomeadamente no que concerne ao que se passa dentro das salas de aula e de como o processo de aprendizagem continua a ser marginalizado continuando a favorecer-se o ensino que é bem mais fácil para os professores (alguns, claro; nem todos.);

Mas nesta época do ano, não me apetece. Tenho a cabeça cheia de canções de Natal, de poemas sobre o Natal, de histórias de Natal, de luzinhas de Natal... Uma espécie de silly season, sei lá!

Por isso, daqui até final do ano, dificilmente conseguirei apresentar outros temas. Hoje deixo aqui uma velha canção de Natal - americana como são as melhores e mais conhecidas - numa interpretação antiga na maravilhosa voz de Brenda Lee.





Podem talvez preferir a versão Michael Bublé, bem mais moderna e igualmente bonita.




segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Joãozinho escreve ao Pai Natal

As crianças no seu melhor...





- Que estás a fazer, filho?

- Estou a escrever uma carta ao Pai Natal…

- Mas porque é que estás a escrever numa folha de lixa?

- Para que ele não limpe o rabo com ela como fez no ano passado!!!

*****

E você, já escreveu ao Pai Natal?!...


domingo, 13 de dezembro de 2015

2000!

Cheguei hoje à entrada 2000 deste meu blog. Em cinco anos e meio, penso ter sido uma«bela produção»... 

Uns dias mais ricos do que outros, uns textos melhores do que outros, umas entradas que umas vezes agradam a uns, a outros nem por isso... mas tem sido uma boa companhia.

Claro que muito se deve - muito! - aos meus queridos amigos, comentadores e visitantes que, com a sua assídua presença, com os seus comentários simpáticos e sempre amáveis, têm vindo a animar este espaço.

Para todos deixo aqui estas belas camélias do parque da Pena (que roubei no facebook) com os meus mais sinceros agradecimentos e desejos de que vão continuando a aparecer...




sábado, 12 de dezembro de 2015

Strangers in The Night - Frank Sinatra

Frank Sinatra, (mais) um self-made man americano, que ficou conhecido por The Voice, faria hoje 100 anos.

Para os celebrar condignamente, poderia eu deixar aqui dezenas de belas canções e de belas interpretações suas: My Way, New York, New York, Moon River, The girl from Ipanema, September Song, I've got under my skin, canções de Natal, etc. etc. 

Mas vou recordar aqui a bela canção Strangers in the Night, de 1966, do verão do ano em que conheci o meu marido, nas noites quentes de Santa Marta, onde havia uma máquina de música onde se metia uma moeda e os casalinhos, quase desconhecidos, abraçavam-se na pista de dança e dançavam, românticos, à luz da Lua... tal como diz a canção... 

Que belas recordações! Que  bela Lua! Que bela voz! (Che Luna! Che Mare! With such a moon and such a sea and you with me!...«da canção Forget Domani»)

Querem ouvir?




sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Iluminações de Natal

Cuidado!! Este Natal...



quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Há-de vir um Natal

(Presépio de Machado de Castro)

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido

Há-de vir um Natal e será o primeiro

em que o Nada retome a cor do Infinito 

(David Mourão-Ferreira, in 'Cancioneiro de Natal')


(Penso tantas vezes nisto! Mas nada podemos fazer para fugir ao nosso destino, não é? Quem me dera possuir o estoicismo de Ricardo Reis!)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Hoje é que compreendi!

Era uma amiguinha de final de infância, uma aluna da minha mãe no seu primeiro ano em Sintra. Muito doce, muito bonita, muito simpática e muito simples como eram quase todas as miúdas naqueles tempos de 50. As colegas chamavam-lhe «cu de pêra» e eu não gostava, ela era tão querida! Não entendia.

E depois foi com o meu primo-irmão. Moçoilo bem apessoado, cabelo loiro e olho azul numa tez clarinha. (Mais tarde até o queriam para passar modelos numa alfaiataria fina da Baixa) Algo rechonchudo, é certo, nos calções de fazenda que levava para o Colégio lá em Sintra. Alcunha entre as miúdas: «cu de pêra»! E eu não gostava, bolas! Tratava-se do meu primo-irmão, criados juntos...

Hoje entendi! (Vale mais tarde que nunca!!) Ora vejam o que encontrei na frutaria.




terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Un Homme Et Une Femme

Foi um amigo que me enviou o tema que me transportou aos anos da música e dos filmes franceses, dos anos da entrada na Faculdade, dos anos da chegada de um novo amor. 

Muito lindo o tema, bem como toda a banda sonora. 
Muito romântico o argumento do filme, naquele registo muito próprio do cinema francês e nas interpretações bem datadas de Trintignant e de Anouk Aimée. 

Depois de assistirmos à última cena que tem como pano de fundo o tema musical principal, dá vontade de dizer: «o amor é uma coisa maravilhosa!»...






Outra cena do filme que não resisto a passar dados os comportamentos da época, agora tão reprováveis e com outro tema musical bem bonito «L'amour est plus bien fort que nous».Muito bonito!





segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Declaro aberta a época de Natal!

Gosto muito da época do Natal. Apesar das saudades dos meus que já partiram, apesar das saudades da infância, apesar das saudades da infância das nossas filhas, apesar de... apesar de... apesar de...

A neta, que estava connosco, queria muito «ajudar-nos» a fazer a árvore e, apesar da constipação e de espirrar «até à metafísica», lá nos dispusemos a declarar aberta a época de Natal cá em casa e toca a fazer a árvore...

E eu a pensar: «Quem me dera que fosse assim!!»



Mas não foi. E, ao fim de muito subir e descer escadas, de subir a bancos e a cadeiras, de espalhar enfeites por cima da mesa, do sofá, das cadeiras, fitas e luzes pelo chão, «não ponhas isso aí», «não deixes cair as bolas que se partem», depois do varre, limpa e arruma e sei lá o que mais, lá conseguimos o resultado final.


 


Se valeu a pena? Claro! «Tudo vale a pena», não é? 
E se pensarmos quantas vezes mais ainda poderemos viver este momento, ainda terá valido mais a pena...

A todos um Bom Natal!


domingo, 6 de dezembro de 2015

Constipada até à metafísica!

Hoje estou assim...



Se fosse um homem, estaria a sentir-me assim....


Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão-de-ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.


António Lobo Antunes - (Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)

Mas como sou uma simples mulher, fico-me pelo...

(...) 
Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.

(Álvaro de Campos)

Boa semana!!

sábado, 5 de dezembro de 2015

A chama da amizade

Amizade em cadeia. Porque Dezembro é um mês muito especial.

Esta chama acesa vem do blog da Fê Blue Bird e espero que propague por outros e muitos mais.



Obrigada, Fê! 
Bem hajas e bem haja quem por aqui passa.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Nem tudo é mau na vida!

(daqui)

Ia um velhinho de 74 anos tranquilamente pela rua quando, ao passar em frente a uma casa de meninas, uma lhe grita:

- Olá avozinho! Ainda se lembra como é? Quer experimentar?

- Não, minha filha, já não posso!

A prostituta, pensando que podia ganhar alguma coisinha, tenta a sua sorte:

- Ânimo com isso... venha cá à sua boneca... vamos tentar…

O velhinho entra e funciona como um jovem de 25 anos… 3 vezes e sem descanso.

- Élahhh ! – diz espantada a prostituta. E ainda dizia que já não pode mais ?!

E o velhinho respondeu:

- Ahhh, o sexo eu posso, o que não posso é pagar. Tinha todo o meu dinheiro no BES…


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Cão Raivoso

Quem não se lembra desta canção de Sérgio Godinho do álbum À Queima Roupa de 74? 

«Mais vale ser um cão raivoso
que uma sardinha
metida, entalada na lata
educadinha
pronta a ser comida, engolida, digerida
e cagadinha
Mais vale ser diferente da sardinha
um cão raivoso que sabe onde ferra
ferra fascistas e chama-lhe um figo
olhos atentos e patas na terra.»


Habituámo-nos a «celebrar» o cão raivoso que ferrava fascistas e lhes chamava um figo... Mas isso foi em 74...

Hoje vimos os senhores de direita - não lhes vou chamar fascistas, naturalmente... - a fazer a figura do cão raivoso em plena Assembleia da República. 

Não lhes ficou bem. Digo eu... Até porque estiveram sempre mais inclinados para a figura de «sardinha, entalada na lata, educadinha» e ... boa aluna...


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Dos Chefes de Secretaria

(A antiga Escola D. Dinis - Leiria)

Era um estilo à época: os Chefes da Secretaria dos Liceus e das Escolas tinham quase tanta importância nos seus postos como os Reitores ou os Diretores. Era assim nos idos de 50, de 60, de 70, mesmo nos primeiros anos depois do 25 de Abril.

Disso dei conta quando cheguei à “minha” Escola D. Dinis, em Outubro de 74. Colocada por concurso nacional, na antiga qualidade de professora agregada com estágio feito em Inglês e Português, não fui recebida pelo Diretor, mas pelo Chefe da Secretaria. E foi o Chefe da Secretaria que me atribuiu o horário e foi com o Chefe da Secretaria que reclamei, negando-me a aceitar um horário preenchido apenas com turmas de História que não era a disciplina para a qual eu tinha habilitação e profissionalização. Nesse momento, o momento da minha reclamação, a Secretaria parou e todos os funcionários – uns cinco ou seis – olharam para mim com ar de grande espanto. Que miúda era aquela, fresca e de saia bem curta, que se atrevia a contestar o determinado pelo Chefe?! Mas o Chefe foi lá dentro – decerto falar com o Senhor Diretor – e regressou com outro horário, este com turmas apenas de Português, e acompanhado de dois professores que, simulando fazer não sei que tarefa, me observaram disfarçadamente.

Nova e pouco experiente ainda, dado esse meu feitio determinado, muito cedo ascendi à vice-presidência do Conselho Diretivo. Àquele Chefe da Secretaria, dois ou três anos depois, sucederia uma outra que, não obstante ter um feitio difícil e aquela sobranceria própria dos Chefes de Secretaria, sempre nos entendemos bem. Conseguiu ser um bom apoio quando, ainda muito jovem, fui, pela primeira vez, presidente do Conselho Diretivo. Entretanto, com as mudanças de paradigma e de atitude trazidas pelos ares da Democracia, a Chefe, essa Chefe, soube sempre desempenhar o seu papel de apoio à direção e ao serviço da Escola. Aposentou-se em inícios de 90, tendo-lhe infelizmente sucedido uma daquelas Chefes de Secretaria ao estilo do outro tempo, arrogante – se bem que muito sabedora do seu ofício – soberba, desconfiada, indelicada, daquelas que, em vez de saber funcionar como um bom apoio da direção e uma vantagem para a Escola, nada mais fez do que servir de elemento fraturante, causadora de incomodidades e de mau ambiente com a direção e com os professores e com os funcionários em geral. Uma pena! E um desconforto.

Foi aquela primeira Chefe de Secretaria que encontrei ontem na cidade. Viúva, só e algo debilitada, mas de sorriso aberto para receber o meu abraço. Conversámos um bom bocado como duas boas amigas. Acabei por lhe dizer que sempre gostara muito dela. Gostara? Sim, parece-me que si. Nunca esqueci foi a sua atitude de apoio, de delicadeza, de um como que entendimento epistemológico de serviço.



terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Memory

Porque muitos dos meus textos são baseados em memories, e porque estamos a entrar em Dezembro, que é o mês de todas as (minhas) memories, deixo aqui uma das canções (minhas) mais belas numa das vozes mais belas, mais poderosas da canção americana.

Espero que gostem.