quarta-feira, 9 de março de 2016

Poema erótico

Quem disse que Fernando Pessoa era só Desassossego, que era só esoterismo, que era só heterónimos?!


 Não! Também escreveu (pelo menos) um poema erótico!

"Dá a surpresa de ser.                                
É alta, de um louro escuro.
Faz bem só pensar em ver
Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem
(Se ela estivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem 
Sem ter que haver madrugada.

E a mão de seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco,
Tem qualquer coisa de gomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?"


20 comentários:


  1. Verdade!
    Foi um dos primeiros poemas que publiquei lá nos Jardins. Claro que a imagem que escolhi para emoldurar o poema não foi do poeta! ;))

    Beijinhos sem surpresas
    (^^)

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    1. De facto, minha deusa, a tua imagem é bem mais bonita e mais sugestiva... (como não poderia deixar de ser... eh eh eh)

      Beijinhos.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. prova-se que teve fome - não se prova que tivesse comido...

    M.V,

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  4. ~~~
    Pobrezinho do Fernando faminto!

    Não decidiu casar-se com a humilde datilógrafa,
    porque - dizia-lhe - não era «uma pessoa qualquer»,
    porém, nota-se, que esta necessidade é igual para todos...

    ~~~ Beijinhos. ~~~

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  5. Escreveu e outros idênticos! Que Pessoa vivia desassossegado mas não estava morto!
    Já conhecia o poema, mas o que é bonito é sempre gostoso de rever!!

    Beijinhos

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  6. Achas ser um poema erótico
    e até pode ser
    mas pela ânsia de comer
    diria ser gastronómico

    :)

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  7. Dedicado à sua amada de sempre.
    E sem nada de platónico, antes muito sensual, muito carnal.
    Beijinhos

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  8. Hoje ouvi mas não fixei de cor (vou à procura de o encontrar) um poema de Fernando Pessoa.
    Estávamos na "XXII Conferência de Fiscalidade e Contabilidade" promovida pelo IPL-ISTEG Leiria e OCC-Ordem dos Contablistas Certificados. É certo que Pessoa trabalhou num escritório duma loja na Baixa Lisboeta (como correspondente em línguas estrangeiras mas também como Guarda-Livros(?).
    Mas este poema,
    meu Deus,
    é sedutor e sugestivo,
    estaria ele desassossegado
    certamente...

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  9. No verso final do último poema, FP ter-se-ia esquecido de colocar o "te"?... ah ah ah ah

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    1. Ai, ai, estes «anónimos» tão marotos!.... Bem-vindos, anyway....

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  10. Não me recordava deste poema! Gostei de voltar a ler.

    Beijinho

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  11. O FP não tinha confessor, por isso, terá morrido em pecado. Não seria santo. Apesar das insinuações e palpites.

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  12. Fernando Pessoa escreveu sobre tudo e bem :)

    Um beijinho amiga graça

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  13. Conhecia o poema. Quando me foi apresentado, falaram do autor.... que seria Bocage!!! Depois é que se "descobriu" a verdadeira paternidade...

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  14. ~~~
    E tudo ficou empilhado na mítica arca de madeira...
    Como se fora um cofre...

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