segunda-feira, 31 de maio de 2010

Os ditadorzitos


E depois há os ditadorzitos. Pequeninos. Os que sempre quiseram mandar e nunca tiveram grandes oportunidades. Nem são grande coisa no campo da realização, mas têm uma sede imensa de mandar. E sempre angariam  um séquito enorme de seguidores, à sua volta, pequeninos como eles.

Formam-se na escola do “politicamente correcto” e do estafado e esfiapado “bom senso”. Proferem umas frases grandíloquas e sonantes e prometem projectos dinâmicos e propulsores de modernismo. Dão pancadinhas nas costas dos congéneres e distribuem sorrisos largos aos opositores. Mas não sabem fazer mais nada.

E depois vendem a alma ao diabo (ou a uns diabos também pequeninos que pensam que vão ganhar muito com a ascensão dos seus ditadorzitos de estimação) e conseguem, ao fim de muito esforço, chegar ao poder!

Depois é vê-los (finalmente!) a mandar. O seu tão apregoado estilo de liderança é mandar por mandar, mandar fazer, impor, dar ordens, anular quem se lhes opuser em nome dos seus projectos vanguardistas. Enaltecer-se e enaltecer os seus seguidores e abençoar os diabos pequeninos a quem venderam a alma em troca do poder, anulando os que eles consideram como oponentes.

Depois normalmente dão o dito por não dito e os projectos dão em nada porque detêm todo o poder. E chegam a dar ordens para que se faça o que eles ainda há bem pouco tempo se negavam a fazer por não concordarem, porque sim!

Cuidado que tendem a eternizar-se no poder! Temos de estar alerta e lutar!

domingo, 30 de maio de 2010

Fernando Pessoa ou O Poeta em Lisboa

Hoje escolhi três nomes de peso para deixar aqui: um poema de Sophia de Mello Breyner sobre Fernando Pessoa dito por Luís Miguel Cintra:

sábado, 29 de maio de 2010

48% das mulheres italianas acham José Mourinho o amante ideal



 Eu não queria acreditar quando ouvi a notícia! Bom, é que em Itália os homens são LINDOS! E elas preferem o Mourinho?! Só pode ser pela atitude! O homem é elegante (embora lhe falte um bocadinho de altura), não é feio, veste-se muito bem (pudera! com o que ele ganha!) mas é antipático, brusco, arrogante – talvez seja isso mesmo o que as atrai, sei lá! Dá ideia daqueles homens gabados no tempo dos filmes de cowboys por serem “brutos a cheirarem a cavalo”... Por outro lado, é um lutador, um ganhador e isso não deixa o mulherio indiferente.

Lembro-me, há anos, quando este treinador estava para sair do Benfica, um jornal anunciou que Mourinho poderia manter-se no Benfica ou ir mesmo treinar o Sporting. Que horror – pensei – um antipático daqueles no Sporting, grrr! Depois acabou por vir para o União de Leiria (cidade da qual mais tarde, em Inglaterra, ele diria tratar-se de uma cidadezinha sem condições para a qual nem tinha levado a família! Estão a ver a arrogância, a petulância!)

Depois, no Porto, foi aquele boom de vitórias que fez do FCP um clube quase tão arrogante quanto ele próprio. Não vou esquecer nunca a agressividade, o lume que deitava pelo olhos, à chegada ao aeroporto, regressado não me lembro de onde, onde tinham sido derrotados, dizendo entre dentes, quase rosnando, para o repórter “Alguém tem que pagar!” – O pior é que foi o Sporting que pagou: foi derrotado pelo Porto logo no Domingo a seguir...

E depois de todas estas imagens francamente negras que me ficaram na memória sobre um homem do futebol – imagine-se! – dou comigo, no passado Domingo, a torcer fortemente (se não mesmo com uma pontinha de ternura)   para que aquele homem bravio conseguisse a terceira vitória no mesmo ano pelo mesmo clube para prémios diferentes!


Mas não o acho o amante ideal, lá isso não!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

«O Magalhães é o maior assassino da leitura em Portugal»


Li uma entrevista muito completa com o Dr. António Barreto, estudioso por quem sempre tive bastante consideração, e cujo título me chamou a atenção já que era: «O Magalhães é o maior assassino da leitura em Portugal» afirmação com a qual não concordo, à partida.

De facto, o contexto em que a frase foi dita ameniza um pouco o efeito de agressividade pretendido ao escolhê-la para título de primeira página da longa entrevista. O tema da leitura é chamado, a certa altura, pelo entrevistador e António Barreto diz que “a escola no seu tempo (anos 50) não incitava à leitura” (o que era bem verdade) e hoje, 50 anos passados, “por razões diferentes, a escola destrói a leitura". Defende o sociólogo que a escola gasta muito tempo e muito dinheiro com a literacia computacional afirmando mesmo que se o Governo “gastasse um quinto do que gasta (em computadores) em tempo e em recursos com a leitura, talvez houvesse em Portugal um bocadinho mais de progresso. O Magalhães, nesse sentido, é o maior assassino da leitura em Portugal.”

Explicado o contexto e apesar do mesmo, permito-me discordar destas afirmações. Primeiro porque muito tem sido feito para desenvolvimento da leitura primeiro pelos professores em geral e ultimamente pelos movimentos em torno da criação da Rede de Bibliotecas Escolares e do Plano Nacional de Leitura. Depois, não há mal nenhum em que os miúdos do primeiro ciclo possam adquirir um computador à sua medida por um preço máximo de 50 euros, pois não?

As aulas não são dadas em função do pequeno computador; este é apenas mais um material de apoio como são os livros e os cadernos, o gravador ou o quadro. O que interessa é o que o professor faz com esses materiais que tem à sua disposição, o que interessa é a sua planificação, a imaginação que usa para preparar as suas aulas e os conhecimentos de base que possui para levar os seus alunos tão longe quanto eles consigam ir na leitura, na escrita e em todas as outras competências que lhe vão ser necessárias para singrarem na sua vida futura.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Jornalistas condenados a pagar 400 000 euros



Estamos habituados, no nosso país, a fazer tudo o que, alegremente, nos vem à cabeça, sem que nada de mal nos aconteça! Há as leis, mas ... nem todas são para cumprir (foi-me dito há anos por uma actual deputada da nação!)! E pode sempre contornar-se a lei. E há gente que acha que está acima da lei. Os jornalistas são uns deles. Portanto tudo acaba bem!

Por outro lado, a justiça é lenta, as prescrições são rápidas e há (ou encontram-se) muitos vícios de forma pelo meio dos processos. Portanto tudo acaba bem!

Mas desta vez, o Tribunal Cível de Lisboa trocou-lhes as voltas e condenou-os por terem publicado escutas telefónicas que estavam em segredo de justiça e a que os jornalistas tiveram acesso sabe-se lá como. Acho bem. E que fique claro que não estou aqui a defender nada nem ninguém que vá para além do poder da Justiça. Sempre aprendi que havia três poderes: o legislativo, o executivo e o judicial. Não me lembro de ter estudado nem lido em nenhum sítio que existia o poder jornalístico no governo das democracias.

Chega de tirania dos meios de comunicação social, peritos em alcandorarem ou arrasarem uma pessoa conforme as suas tendências partidárias ou outras!

O director do Sol diz que fica falido se tiver de pagar as multas a que foi condenado. Temos pena! Tivesse pensado nisso quando, ilegalmente, publicou o que não podia!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Exposição de Fotografia em Montemor


Fica aqui o convite para quem gostar de fotografia e puder passar em Montemor, entre 13 e 30 de Junho,  para visitar uma exposição da especialidade em que vai estar representado o meu genro Francisco.


Carlos Santana

Em homenagem aos meus amigos de Sintra que foram ontem assistir ao concerto do ídolo dos anos 70, ao ídolo de Woodstock - Carlos Santana.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Leia histórias ao seu filho para ele ser bem-sucedido!

Estão constantemente a dar-nos notícia de estudos realizados por universidades nomeadamente no âmbito da psicologia que provam isto e aquilo. Muito bem! Agora com a “massificação” dos mestrados há que lançar mão da investigação à volta de todos os comportamentos para se efectuarem novos estudos.

Porém, há algumas conclusões que não trazem grande novidade e outros que me deixam, no mínimo, espantada. É, por exemplo, o caso de um estudo inglês que diz que ler contos infantis às crianças melhora as suas notas na escola. E logo comenta uma socióloga portuguesa explicando que, como a escola se baseia na leitura e na escrita, se isso faz parte da rotina das crianças antes de entrarem na escola, aumenta-lhes as hipóteses de elas terem sucesso. Que grande novidade! Isso já o sociolinguista B. Bernstein dizia  na primeira metade do século XX! É evidente que uma criança que cresça num ambiente familiar em que os livros, os jornais e a leitura em geral faça parte do quotidiano tem muito mais hipóteses de desenvolver competências neste âmbito do que outra que nasça numa família onde não haja esses hábitos nem acesso a livros.

Mas, quanto a mim, e por experiência própria como professora e como mãe, não chega ler as histórias às crianças. Há que pô-las a trabalhar a leitura em casa: ler com elas, fazê-las ler alto para nós, levá-las a ler para si próprios comentando depois com elas o conteúdo da leitura.

É que a aprendizagem seja do que for não pode limitar-se ao prazer, implica sempre trabalho, muito trabalho – e isso é que estes estudos se esquecem de concluir...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Trecho inédito de Fernando Pessoa

(telhados de Lisboa)

(Belíssimo trecho inédito de Pessoa encontrado entre os documentos que continuam à guarda dos seus familiares e que pertencerá ao Livro do Desassossego. Publicado na Revista Ler, Março, 2009)

Todo o pensamento, por mais que eu queira fixá-lo, se me converte, tarde ou cedo, em devaneio. Onde quisera pôr argumentos ou fazer correr raciocínios, surgem-me frases, primeiro expressivas do próprio pensamento, depois subsidiárias das primeiras, por fim sombras e derivações daquelas frases subsidiárias. Começo a meditar a existência de Deus, e encontro-me a falar de parques remotos, de cortejos feudais, de rios passando meio mudos sob as janelas do meu debruçamento; e encontro-me falando deles porque me encontro vendo-os, sentindo-os , e há um breve momento em que uma brisa real me toca na face, surgida da superfície do rio sonhado através de metáforas, do feudalismo estilístico do meu abandono central.

Gosto de pensar porque sei que não tardarei em não pensar. É como ponto de partida que o raciocínio me encanta – gare metálica e fria onde se embarca para o grande Sul. Esforço-me, às vezes, por meditar um grande problema metafísico ou até social, porque sei que a voz rouca do pensamento tem para mim caudas de pavão, que se me irão abrindo se eu esquecer que penso, e que o destino da humanidade é uma porta num muro que não há, e que eu penso portanto abrir para os jardins que me aprouver.

Bendito seja aquele elemento irónico dos destinos que dá aos pobres de vida o sonho como pensamento, assim como dá aos pobres de sonho, ou a vida como pensamento ou o pensamento como vida.

Mas até o sonho por correnteza de pensar se me volve cansando. E então abro os olhos de sonhar, chego à janela e transfiro o sonho para as ruas e os telhados. E é na contemplação distraída e profunda dos aglomerados de telhas separadas em telhados, cobrindo o contágio astral das gentes arruadas, que se me desprende deveras a alma, e não penso, não sonho, não vejo, não preciso; contemplo então deveras a abstracção da Natureza, da Natureza, a diferença entre o homem e Deus.


domingo, 23 de maio de 2010

Há um tempo para cada coisa

Este fim-de-semana calhou termos de ficar com o nosso neto de ano e meio para os pais poderem ir dar uma volta. É um prazer e um encanto tê-lo connosco “a tempo inteiro” até porque há muito tempo que não tínhamos crianças pequenas a “viver” cá em casa e também porque é uma criança que não traz dificuldades para comer nem para dormir.

De qualquer modo trata-se de um bebé com todos os cuidados, atenções e trabalhos que esses serzinhos deliciosos precisam e exigem. Bem! Já não estávamos mesmo habituados! Que seria de nós se a natureza nos desse filhos até ao fim da vida! Há, de facto, um tempo para cada coisa neste mundo.

E aí lembrei-me de um single  (Those were the days) cantado pela cantora Mary Hopkin, apadrinhada pelos Beatles, que saiu em 1968, e em cuja segunda faixa ela cantava uma canção muito linda que se chamava “Turn, turn, turn” com letra escrita a partir do Livro Eclesíastes (cap. 3) da Bíblia e que diz assim:

To Everything (Turn, Turn, Turn)
There is a season (Turn, Turn, Turn)
And a time to every purpose, under Heaven

A time to be born, a time to die
A time to plant, a time to reap
A time to kill, a time to heal
A time to laugh, a time to weep

To Everything (Turn, Turn, Turn)
There is a season (Turn, Turn, Turn)
And a time to every purpose, under Heaven

A time to build up,a time to break down
A time to dance, a time to mourn
A time to cast away stones, a time to gather stones together

To Everything (Turn, Turn, Turn)
There is a season (Turn, Turn, Turn)
And a time to every purpose, under Heaven

A time of love, a time of hate
A time of war, a time of peace
A time you may embrace, a time to refrain from embracing

To Everything (Turn, Turn, Turn)
There is a season (Turn, Turn, Turn)
And a time to every purpose, under Heaven

A time to gain, a time to lose
A time to rend, a time to sew
A time for love, a time for hate
A time for peace, I swear it's not too late

  Vamos ouvir:

sábado, 22 de maio de 2010

Jantar-Conferência com o Prof. José Mattoso



 Realizou-se ontem, na Quinta das Silveiras, o Jantar-Conferência com o Professor José Mattoso, promovido pela ADLEI e subordinado ao tema "Cidadania e Desenvolvimento".

O Professor foi apresentado pelo Professor João Serra, da Universidade de Coimbra, estando presentes alguns eméritos cidadãos de Leiria, nomeadamente o Dr. Tomás Oliveira Dias.


Alguns aspectos da noite:







sexta-feira, 21 de maio de 2010

É preciso ter classe!



Nasce-se com classe ou somos educados com classe? Deve ser ambas as coisas. Todos concordamos se afirmarmos que o Dr. Mota Amaral é uma pessoa com muita classe. Em todas as situações. Não me vou esquecer nunca quando se deu o terramoto de 1980 nos Açores, de o ver chorar numa entrevista que lhe fizeram na televisão uns meses depois. Conquistou-me.

Como no papel que desempenha actualmente nas comissões de inquérito perpetradas pelos deputados da Assembleia da República em que ele não permite que estes abusem da capacidade de resposta dos inquiridos quando os pretendem “espremer”, confundir, vencer pelo cansaço. Desempenha o seu papel com uma correcção e justeza impressionantes. É preciso ter muita classe!

A propósito, revejo uma situação a que assisti, um dia destes, quando comprava o peixe. Havia um monte de gente de senha na mão e a atendedora chamou: “N.º 10!” Ora a senhora com o número dez estava a falar ao telemóvel e assim se deixou ficar calmamente. A atendedora chamou uma vez mais o número e a senhora lá fez um sinal sem, apesar de tudo, deixar de falar pelo telemóvel. A peixeira começou a atender o cliente seguinte e isso foi o suficiente para a senhora deixar o telefone e pugnar pelos seus direitos... Todos os presentes tinham um sorrisinho nos lábios, mas a atendedora, muito educadamente, disse que a atenderia de imediato. O que, de facto, aconteceu. A senhora, porém, não conseguiu dominar a sua fúria e falou alto para a peixeira que, com uma voz delicada e modelada lhe disse: “Não precisa de me falar tão alto. Eu estou a atendê-la. A senhora é que estava a falar ao telefone e não me disse o que desejava...”

É preciso ter muita classe!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Para reduzir a dívida pública...


Imaginam o que era as pessoas cá em Leiria passarem a ir ao shopping neste veículo tão prático, tão económico e, ainda por cima, ecológico?!



Complexos de... superioridade



A “culpa” é do Professor João Formosinho que, nos finais dos idos anos 80 do século passado, se lembrou de distinguir entre direcção e gestão para um novo modelo organizacional da administração das escolas!

Esta distinção começou a ser aplicada em 1998 com a publicação do Dec. Lei n.º 115-A/98 que criou a Assembleia com poderes directivos de aprovação dos documentos de autonomia das escolas, enquanto o antigo Conselho Directivo passou a ser denominado Conselho Executivo. Mais recentemente, o Dec. Lei n.º 75/2008 transformou a Assembleia em Conselho Geral, com uma constituição mais ampla e com mais directivos e o Conselho Executivo passou a Direcção Executiva em que impera a “bendita” figura do director.

Ora tanto a Assembleia como o Conselho Geral elegem, entre os seus membros, um presidente que, no tempo da Assembleia tinha obrigatoriamente de ser um professor, enquanto o Conselho Geral pode escolher um professor, um encarregado de educação, um elemento do pessoal não docente ou um autarca para seu presidente. Porém, pelo menos nas escolas aqui da zona, têm sido escolhidos professores para presidentes dos CG, o que, à primeira vista, nos parece bem.

As competências deste órgão de direcção estão ao nível da aprovação das linhas gerais para a vida nas escolas quer para o projecto educativo e regulamento interno, quer para o projecto de orçamento, bem como de aprovação dos documentos de autonomia das escolas; também tem a competência de eleger ou de exonerar o director. É um órgão que reúne ordinariamente mais ou menos duas vezes por período lectivo. Por isso o professor eleito para presidente do CG nem tem qualquer redução na componente lectiva.

Lembro-me, numa reunião de presidentes de conselhos executivos realizada no passado ano lectivo em Coimbra e presidida pelos secretários de Estado da Educação, quando um colega nosso perguntou se o mais alto responsável da escola era o presidente do Conselho Geral e o Dr. Valter Lemos, com a sua voz rouca e no estilo que lhe é peculiar, respondeu: “Acha que se fosse o presidente do CG o mais alto responsável pela escola, eu teria convocado os presidentes dos conselhos executivos para lhes dar a conhecer os próximos procedimentos a aplicar nas escolas?!”

É aí que reina a confusão! É que desde a criação das Assembleias, mas de forma muito mais visível com a criação dos Conselhos Gerais, estes, e em especial os seus presidentes, (tenho conhecimento de vários casos) arrogam-se como autoridade máxima na escola, pretendendo dar ordens e sobrepondo a sua vontade e opinião à da direcção executiva. Isto cria um poder paralelo que estraga (ainda mais) o clima de escola.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O Shopping Leiria




Abriu em finais de Março, depois de umas obras relâmpago como é apanágio das realizações Belmiro de Azevedo. Quase todas as cidades capitais de distrito e outras já tinham shopping, excepto Leiria. Era justo que abrisse um também em Leiria. O progresso tem destas exigências e há o público também.

De então para cá tem sido um sururu porque agora toda a gente corre para o shopping deixando o centro da cidade vazio. De estranhar era se assim não fosse! O entusiasmo é grande por ser novidade na terra, por haver marcas novas, por ser um espaço agradável e diferente. Mas não quer dizer com isso que o centro da cidade vá parar. Até porque são realidades diversas. Há quem goste de ver lojas em espaço fechado e todas de carreirinha, mas também há quem goste de ver as lojas ao livre. E também vai das ocasiões.

Agora é uma questão de marketing: as lojas do centro da cidade têm de (re)inventar formas de cativar os clientes com promoções atractivas, horários convenientes, atendimento especial. Não podem continuar a remoer contra as preferências dos clientes nem contra a evolução social, como não podem continuar a fechar das uma às três, nem a olhar para o lado quando o possível cliente entra. Felizmente já não estamos nos idos setenta do século passado quando abriu o primeiro centro comercial na cidade – as Galerias Alcrima – que houve uma vergonhosa e mesquinha (para não dizer retrógrada) reacção por parte dos comerciantes agora chamados tradicionais de tal modo que acabaram por exigir que as lojas do centro comercial cumprissem o mesmo horário que eles pacatamente faziam. Foi o princípio do fim do edifício Alcrima.

Mais cedo ou mais tarde acabamos por “pagar” o que fazemos aos outros...



terça-feira, 18 de maio de 2010

Que gatos sortudos!


(a Branquinha)

“Quem inveja vida boa de gato esquece que, se o fosse e a tivesse, jamais o saberia!!
(Agostinho da Silva)

(o Socas)


Eleições para o Conselho das Escolas


Vai realizar-se, no próximo dia 15 de Julho, a eleição do novo Conselho das Escolas que, para quem não saiba, é “um órgão consultivo do Ministério da Educação no que respeita à definição das políticas pertinentes para a educação pré-escolar e os ensinos básico e secundário” criado pelo Ministério da Ministra Maria de Lurdes Rodrigues pelo Decreto Regulamentar n.º 32/2007, de 29 de Março. É composto por 60 directores eleitos por círculos eleitorais coincidentes com as áreas dos distritos e tem um mandato com a duração de três anos. É uma forma de o ME ouvir as opiniões das direcções executivas das escolas e agrupamentos de escolas para depois decidir como muito bem entende e dizer que houve diálogo.

Esta é já uma segunda edição de Conselho das Escolas. A opinião pública deu conta da existência deste órgão consultivo do ME pelas notícias dos jornais. Quanto aos professores, não sei, de facto, se deram conta da sua influência e se ela existiu efectivamente. De qualquer modo, podem sempre perguntar aos seus directores sobre o que se fará no âmbito deste recurso e exigir resposta.


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Final da Taça de Portugal



O Futebol Clube do Porto venceu a Taça de Portugal. E, se bem que eu saiba muito bem que a Taça não tem a importância do Campeonato, pensei cá comigo: “Bolas lá vamos ter de aguentar as festas do FCP em todos os canais da televisão não sei por quanto tempo!”

Porém, para grande espanto meu, o telejornal da RTP imitou-se a terminar com uma normal referência ao feito, não sem antes ter transmitido mais uma festa de uns benfiquistas de “Rilhafoles” ou sei lá de onde que se terá atrasado não sei por que carga de água!

Hoje, no jornal da hora de almoço, já se tinham esquecido desse título, tendo-se limitado a noticiar os tristes acontecimentos dos arremessos de pedras aos autocarros dos clubes do Porto e de Chaves quando regressavam às suas terras depois do jogo. Entretanto, voltaram a noticiar e passar as honrosas imagens e conversas com timorenses que, muito felizes, lá receberam uma comitiva do Benfica que foi festejar com aquele povo a sua bendita vitória!

Não tenho nada mais a favor de um destes clubes do que contra, e parece-me que as notícias que foram divulgadas ontem foram suficientes. Agora parece-me que todos os clubes devieriam ter tratamento igual! O FCP foi campeão quatro anos seguidos e de outras vezes, não há muito tempo, teve igual desempenho. Isso já não conta? Já não presta? Por quanto tempo mais temos de ser bombardeados pelas gracinhas do actual campeão?!

(Nota: Eu não milito no FCP...)

Como se chama este político?


(recebido da BLOGotinha)

Alguém quer sugerir um nome?


domingo, 16 de maio de 2010

Margem Sul


(Dedicado à minha filha Marta que lá viveu - e aprendeu - durante seis anos e a todos os que lá vivem. Vejam o video no link abaixo; está muito bem conseguido)





sábado, 15 de maio de 2010

Contradições


Fui deixando, ao longo dos tempos, livros para ler, DVD de filmes para ver, CD de música para ouvir, até bordados para fazer quando tivesse o tempo todo livre para me dar à fruição desses pequenos grandes prazeres. Para quando me reformasse!

E agora que estou fora do trabalho há já dois meses, não me apetece fazer nada disso! Parece que ainda não deu para esgotar a noção de falta de tempo que me consumiu durante especialmente os últimos cinco ou seis anos. Por outro lado, sinto que me estou a trair porque não “produzo”. Tudo ao contrário!

Só me lembro dos versos da canção do António Variações, sabem, “Estou além” que eu deixo aqui para recordarem. Era um inconstante aquele António Variações – como eu – mas que viveu antes do seu tempo.


Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde

Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão


Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem, quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder

Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar
A minha forma
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem...


sexta-feira, 14 de maio de 2010

O Professor José Mattoso em Leiria



No próximo dia 21, pelas 20-30, na Quinta das Silveiras, Jantar-Conferência com o Professor Doutor José Mattoso, famoso historiador cujo pai leccionou em Leiria, subordinado ao tema "Cidadania e Desenvolvimento". A organização está a cargo da ADLEI e as inscrições são recebidas até ao dia 17.

É de não faltar!



Eu bem disse!



Eu bem disse! Primeiro foram horas e horas de Benfica em todos os canais. Depois foram quatro dias de visita do Papa de manhã à noite, em todos os canais. Ainda bem que a nossa Constituição diz que somos um país laico porque, além de termos levado com um banho Papa e de Fátima e de Pastorinhos na televisão pública e não pública (pobre de quem não tem televisão por cabo para desanuviar) pudemos ver o Presidente da República a acompanhar a visita papal completa, bem como todo o Governo a assistir à missa em Fátima. Veja-se a subserviência que há na vénia que o nosso Presidente Cavaco faz a Sua Santidade no DN de hoje. E o ar de felicidade diria pacóvia, se não ofendesse ninguém, com a Primeira Dama faz constantes segredinhos ao Chefe da Igreja.

Bom, mas dizia eu, pobre de quem não tiver televisão por cabo para poder escapar da tirania dos canais nacionais que, parece que em competição absurda, nos metralham sempre com as mesmas notícias e com as mesmas imagens. O pior é que, já de seguida, temos a preparação da selecção nacional para o Mundial de Futebol ( e aí vamos ter de saber quantas vezes os nossos jogadores foram à casa de banho durante a noite, com gráficos explicativos e tudo) e logo, logo depois o dito Mundial e aí, ó deuses!, nem a televisão por cabo nos vai valer!

Entretanto, docemente (ou amargamente) embalados pelas televisões que nos matraqueiam com o que muito bem lhes apetece, vão-nos aumentando os impostos, congelando os salários e cortando nos mesmos sem que quase demos conta!

“Mísera sorte! Estranha condição!”

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A propósito de Fátima




Hoje é o dia das celebrações das aparições de Fátima. Não interessa aqui esgrimir argumentos sobre se elas aconteceram ou não. Aconteceram para os que as “viram” e para os que nelas acreditam; não aconteceram para quem não acredita. Ponto.

O que interessa é que, ano após ano, há um mar de gente que se junta presencialmente ou em espírito, naquele lugar que passou a ser sagrado não por força da lei de uma Igreja centralizadora e estruturante, se não mesmo manipuladora, de uma determinada forma de pensar e de agir, mas por força da fé de cada um. E é isso que tem de se aceitar e de se respeitar.

Ninguém pode ficar indiferente às hordas de pessoas que, cheias de fervor religioso, se deslocam por estradas e caminhos país abaixo para estarem junto daquela imagem (pobres de nós, iconoclastas, adoradores de símbolos) tão fina, tão bela, de ar tão sereno e humilde que lhes (nos) enche a existência de luz.

Temos forçosamente de ser tocados (e de nos deixar tocar) pelos grupos que se agregam na noite iluminada de velas para verem passar o andor das flores brancas – trata-se de um quadro de humildade que vai sendo cada vez mais raro na sociedade em que (sobre)vivemos. Sem querer chocar ninguém, comparo estas manifestações às que se deram quando foi do 25 de Abril e do primeiro 1º de Maio. A alegria, o acreditar, a permeabilidade de espírito foram exactamente iguais.

Nunca tive qualquer educação religiosa em miúda; lá em casa movíamo-nos todos por entre uma crença/não-crença que me marcou e com a qual cresci. Mas respirava-se uma vivência da espiritualidade, do bem, do transcendente que nos marcava as margens. Por isso me deixo comover por estes dias de culto Mariano e fico bem.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um poema para o José


Naquele pressuposto tonto de igualar comportamentos face aos meus dois netos, ando, desde que iniciei este blog, à procura de um poeminha para dedicar ao meu neto José que inclua o seu nome, tal como dediquei o Poema para Lili à Elisa. Como é que o Fernando Pessoa não escreveu um poema para um José? Bem sei que há o belíssimo poema de Carlos Drummond de Andrade “E agora, José?” . Só que não me parece justo uma criança de ano e meio ter de carregar com aquele negativismo todo. Também há a cançãozinha “Josezito, já te tenho dito”, mas eu nunca gostei nem sequer de a trautear de tão soturna que é!

Há o lindíssimo conto “História de um Rapaz” de Matilde Rosa Araújo, mas é um conto! Longo de mais para transcrever para aqui! Até me lembrei das canções da Ana Faria que, “brincando aos clássicos” criou letras para muitos nomes de crianças e faz as delícias dos miúdos nos anos 80. E dizia assim a do José:

“Na escola, atrás da bola
a miudagem gosta de andar.
Mas nem todos metem bons golos
só o Zé é que sabe chutar.

Ó Zé, ó Zé, dá um pontapé
rebola a bola, que já desliza
do meio campo para a grande área
e num segundo fura baliza.

Toca o sino para o recreio,
lá vai a malta para o futebol.
Mas a fintar ou a rematar
quem vence é o Zé, à chuva ou ao sol.

E o Zé, que é um ás da bola,
chuta e remata de várias maneiras.
Quando joga, nunca faz batota,
Nunca empurra, nem passa rasteiras.

(numa música adaptada de um trecho da ópera Carmen de Bizet)

Mas isto não é um poema; são apenas uns versos para uma canção. Se bem que me pareça que ele vai ser assim na escola... E então, esquadrinhei Cecília Meireles e Eugénio de Andrade e José Gomes Ferreira, e Manuel Bandeira, Vinícius, Sophia, Matilde Rosa Araújo, até Saramago e nada de José(s)!

Por isso aqui fica o poema “Menino Azul” de Cecília Meireles que eu dedico ao meu Josezinho.


O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
— de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.

(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)



terça-feira, 11 de maio de 2010

Sobre uma crónica de Baptista-Bastos




Leio sempre com muita atenção e com muita consideração as crónicas que o escritor Baptista-Bastos escreve semanalmente no Diário de Notícias. Primeiro porque aprecio a forma como domina a língua escrita (não há muitos jornalistas com este jeito natural e este cuidado com a escrita) e depois porque tem uma perspectiva das coisas da república e do mundo muito nítida, muito realista e que muito me agrada. Para além, já se vê, do seu referencial cultural que é vastíssimo!

Pois a crónica da semana passada, que tinha o título de “A nossa fúria e a nossa revolta” e que é particularmente pessimista, suscitou em mim dois pensamentos paralelos e, infelizmente recorrentes, que me deixaram deveras preocupada para não dizer mesmo infeliz.

O primeiro – que veio logo com a frase inicial da crónica: “Não me recordo de termos sido felizes” – é que temos sido, ao longo dos séculos (quase passámos da Inquisição para a ditadura fascista) um povo triste, amarfanhado, amedrontado pelo poder, sufocado pela dominação dos chefes políticos, religiosos e sociais que nos embotou o espírito enquanto nos negou a educação e a instrução. “Acordamos e deitamo-nos sob a pressão da catástrofe iminente” diz BB. Levamos cem anos de atraso em relação aos povos do norte da Europa, sofremos este “jet-lag” que pretendemos ignorar. Temos, porém, dado passos de gigante em termos socio-político-educacionais desde 74 para cá ( que quase não são reconhecidos) desnecessários nos outros países mas que, mesmo assim, nos deixam tristemente atrás dos outros.

O outro meu pensamento/receio não menos cinzento que o atrás exposto é que, perante as crescentes crises financeiras, laborais e sociais que as democracias ocidentais têm vindo a sofrer, estas vão enfraquecendo, vão estiolando e deixem de se entender e de ter capacidade de resposta para os problemas e para as crises supervenientes  tal como aconteceu no início do século XX e vão abrindo caminho para o (re)aparecimento das ditaduras.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Futebol, Fátima e ...



Nada me move contra o futebol, nada sei de futebol, embora tenha as minhas simpatias como qualquer pessoa. No meu tempo de menina, a coqueluche em termos de desporto era o hockey-em-patins e, além disso, o desporto não fazia parte da educação de uma menina! Reconheço porém, a força anímica, o entusiasmo, a efusão de emoções, a alegria em suma, que o futebol traz à população em geral. Durante anos, vi o Domingo Desportivo na televisão para, no dia seguinte, meter as minhas “bocas” sobre futebol nas minhas turmas. Os alunos, especialmente os rapazes, adoravam e ficavam mais motivados para a aula!

Mas daí a termos sido, ontem à noite, bombardeados em todos os telejornais com os festejos do Benfica, (não é por ser do Benfica! Até poderia ter sido do Esperança de Lagos, com o devido respeito) acho lamentável se não mesmo ultrajante! Nos telejornais?! Todos?! Não terá havido mais acontecimentos em Portugal e no mundo? E por que razão todos os portugueses tiveram de assistir a tudo desde que o primeiro adepto que chegou ao Marquês de Pombal no telejornal? O José Rodrigues dos Santos já não sabia mais o que havia de dizer perante aquele directo. Deprimente! Mudar para os outros canais para quê? Todos a darem o mesmo! Mas... por outro lado, nem uma palavrinha para o estupendo feito conseguido pelo clube que, pela primeira vez na história dos nossos campeonatos, alcançou o segundo lugar sem o orçamento do Benfica, sem os constantes jogos contra dez jogadores em campo, sem as cenas perpetradas pelo Luisão ... Enfim, coisas dos chamados "grandes" clubes!  Somos mesmo pequeninos!

E hoje, de manhã, a abrir as notícias, foi outra vez o mesmo: o Benfica campeão! E nos jornais todos. E nos telejornais da hora do almoço....

Amanhã começa a visita do Papa e vai ser outro massacre. Estamos quase como noutro tempo: Futebol, Fátima e ... será que vem aí uma maratona de Fado? Aí eu fujo!

Quem pela hera passou...



Andei a aparar as heras do meu (mini)jardim. Trouxe-as de Sintra, a minha terra do coração. E lembrei-me: havia um dito popular que uma professora de lavores (nesse tempo as meninas tinham professoras de lavores!) me ensinou que dizia assim:

“quem pela hera passou
e uma folha não apanhou,
do seu amor não se lembrou.”

E nós, pré-adolescentes do colégio, apaixonadíssimas pelos nossos colegas do dito colégio (que felizmente era misto, coisa que não acontecia com os liceus, só que liceus só havia nas cidades principais e quem queria, ou melhor, quem podia estudar, tinha de se sujeitar a ir para o colégio que era pago pelos pais porque não havia contratos de associação com o estado como há agora – e ainda dizem que dantes é que era bom!) passávamos pelas heras – que em Sintra despontam e crescem por todo o lado – e, rebentando de rubor e paixão lá arrancávamos uma folhinha de hera e fendia-mo-la pela nervura principal (e, por essa altura até já sabíamos de cor o nome de todas as nervuras dos vários tipos de folha...) com muito jeitinho porque, se a folha se rasgasse em duas direitinha pela nervura, era sinal de que ele gostava de nós...

 


domingo, 9 de maio de 2010

Hoje faz anos a minha neta!


Alguma coisa está acontecendo,
olhei para o céu, cadê as estrelas???
o sol sumiu;
a lua partiu.........

Sumiram as rosas dos jardins,
Sumiram os peixinhos do mar,
E vento deve estar soprando em outro lugar......

Em busca de ajuda,
procurei os anjinhos,
e nem eles consegui encontrar.
Quando de repente um deles,
eu vi tentando escapar.......

Não hesitei e fui logo perguntando:
Anjinho, anjinho: - O que está acontecendo???
E o anjinho mesmo que apressado,
respondeu ao meu chamado:
- Meu rapaz, você não tem do que se preocupar,
todos saíram para comemorar,
o aniversário da menina mais linda.......deste lugar......



(Para a minha Elisinha, com amor)


Dia da Europa


Lançado o concurso europeu de cartazes para jovens moradores no espaço europeu interessados em desenho gráfico, a portuguesa Diana Jung ganhou o 2º lugar com este expressivo cartaz:

sábado, 8 de maio de 2010

A propósito da Providência Cautelar ao ME

Acreditam na cara de cândida sinceridade com que a Ministra Isabel Alçada apareceu ontem nas notícias dos telejornais dizendo que não tinha mandado fechar o ponto da avaliação do desempenho das candidaturas aos concursos antes porque não tinha tido conhecimento da providência cautelar? Eu não! Como não acredito que a dita avaliação seja completamente retirada do concurso.

Acreditam que o ME não vai recorrer da providência cautelar? E acreditam que não vai haver um Tribunal Superior que revogue esta recomendação provisória? Acreditam que o ME vai mesmo retirar a avaliação dos concursos? Eu não! Como não acredito no ar de inocência da Ministra Isabel Alçada, bem como nos seus sorrisos nas negociações com os sindicatos.

Entretanto o Sr. Mário Nogueira embandeira em arco com a sua “vitória” sobre o ME e trava guerras de palavras com os “bloggers” da especialidade de serviço que também estão convencidos que são os detentores da verdade absoluta. E os professores (de um modo geral, não são todos evidentemente), continuam no seu ram-ram pachorrento, a pensar que a legislação é para os executivos (que agora se chamam directores, imaginem!) e que o que é preciso é não levantar muitas ondas na escola para não arranjarem “chatices”.


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Festa da Cidadania

Volto a publicar novo convite para a Festa da Cidadania que se realiza amanhã, sábado, às 16.00 horas mas noutro local: no Teatro Miguel Franco e não no Mercado de Santana como previsto inicialmente. (Esta maldita chuva que vem sempre com a Feira de Maio estraga tudo....)



Sobre as Provas de Aferição

Tanta polémica sempre sobre o facto destas provas não contarem para a avaliação dos alunos! Eu, pessoalmente, não sou contra nem a favor. São de aferição, são de aferição e tratam-se como tal; se contassem para a avaliação, seriam provas de exame e teriam de ser tratadas como tal.

Queixam-se os “polémicos” que se gasta muito dinheiro e tempo com estas provas e que não servem para nada porque os alunos faltam, respondem de qualquer maneira, não as levam a sério.

Peço desculpa, mas essa não é a minha opinião. Lá na minha Escola (há-de ser sempre a “minha” escola) os alunos, assim como os pais, levam-nas bastante a sério porque os professores bem os preparam para que sejam levadas a sério. Já assim é desde que há provas de aferição. Os alunos sabem que se trata de mais um teste, como os outros, que testa o que foi ensinado e o que foi aprendido. E os pais dirigem-se aos Directores de Turma sempre que o seu filho não pode, por qualquer motivo, ir fazer a prova. Pode haver um ou outro aluno ou encarregado de educação que não veja as coisas assim, mas o número destes não é expressivo.

Tudo vai da forma como se trabalha com os alunos. Tudo vai da cultura de escola e da responsabilização de professores, alunos e pais. Tão simples quanto isso.

Se me disserem os "polémicos" que é absolutamente estulta a forma como o ME nos manda preparar os professores para procederem à realização das provas, aí terão toda razão! Aquele Manual do Aplicador que recebemos do ME e que temos de seguir à letra é de bradar aos céus!

A propósito do tema, deixo aqui o pequeno texto que o clarividente e sempre avisado Professor Matias Alves escreveu no seu blog Terrear (sempre tão completo em termos de informação sobre educação) e com o qual eu concordo plenamente:

“Aferição: Aprisionados na Lógica do Controlo

Ouvi hoje na rádio o presidente da Associação de Professores de Português sustentar que as Provas de Aferição são inúteis porque não contam para a avaliação dos alunos, não servem para avaliação dos professores, não são usadas para a avaliação da escola e quando os resultados chegam tratados à escola (em Outubro/Novembro) já os professores não estão lá.

Triste visão. Que pensa que a avaliação só faz sentido quando é usada para controlar e julgar. E que ainda não viu que a avaliação deveria servir, sobretudo, o propósito de ajudar a compreender o que faz com que os alunos aprendam. Seriam, decerto, melhores se fosse esta a nossa opção e visão."

(José Matias Alves, 6 de Maio de 2010)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Saudades da "Nossa Escola"

Que me desculpem a imodéstia, mas não resisto a transcrever um comentário que uma colega e amiga de sempre fez ao meu blog e que não conseguiu publicar, tendo-mo enviado por mail. Também é bom registá-lo para que conste como era bom o ofício de professor quando os alunos tinham a nítida noção do seu ofício de aluno.


"Que saudades da nossa Escola nos bons tempos em que os Meninos nos esperavam já à porta da sala de aula, ansiosos pelas novidades que muitas vezes debatemos com eles, cheios de entusiasmo! Ler o teu blogue é sentir cá dentro essa saudade enorme que se adivinhava em todas as palavras dos Meninos, ainda não contaminados pela sociedade tão controversa como é a sociedade dos tempos de hoje! Que saudades, querida Graça, dos tempos em que ouvia as tuas gargalhadas, cheias de sonho, de beleza, de promessas de uma Vida tão linda como era aquela que tu oferecias tão generosamente, e que continuas a oferecer! Ler o teu blogue é sentir na pele a brisa suave das palavras inocentes, e corajosas também, que tu apresentavas, sempre tão a propósito das circunstâncias que as provocavam! Ler o teu blogue é sentir dentro de mim as palavras ternas motivadas por mensagens escolhidas por nós, professores, para partilhar nas aulas com os " Nossos Meninos", ainda tão inocentes, cheios de entusiasmo pela Escola! Que é feito HOJE desses “Meninos"? Será que nos recordam com a mesma saudade como nós os recordamos? Ou seremos apenas professores "fora de uso"?

Querida amiga, senti-me tão bem ao ler o teu blogue, senti-te a Graça de "SEMPRE" , cheia de entusiasmo, totalmente entregue ao grande sonho de ajudar meninos...muitos meninos...a crescer! E sinto que esse sonho estará sempre vivo dentro de ti! Não imaginas o poder da tua varinha de condão que nos contagiava esse grande sonho, sempre aceso dentro de ti!
Por tudo, Graça, obrigada, muito obrigada!
Beijinho grande

A."

Canções da minha vida



The Platters

Não a descobri pelos meus 12/13 anos como muitas outras. Foi mais tarde, embora The Platters fosse um conjunto dos anos 50 do século passado. Mas foi uma das canções da minha vida. De facto, sempre fui uma great pretender. (Tive uma amiga na Faculdade que me chamava disfarçuda...) Não o somos todos nós? Já Shakespeare dizia que o mundo é um palco onde cada um de nós desempenha um determinado papel. E depois ganha-se reflexo no verso de Pessoa eu diz que “o poeta é um fingidor” – será só o poeta?

À interpretação romântica dos Platters – que foi a que primeiro me encantou – sobrepõe-se a vigorosa interpretação de Freddie Mercury com aquela talentosa e maleável voz que nos eleva aos céus.

Deixo aqui a letra, como de costume.

Oh yes, I'm the great pretender
Pretending I'm doing well
My need is such
I pretend too much
I'm lonely but no one can tell

Oh yes, I'm the great pretender
Adrift in a world of my own
I play the game but to my real shame
You've left me to dream all alone

Too real is this feeling of make-believe
Too real when I feel what my heart can't conceal

Oh yes, I'm the great pretender
Just laughing and gay like a clown
I seem to be what I'm not you see
I'm wearing my heart like a crown

Too real when i feel what my heart can't conceal

Oh yes, I'm the great pretender
Just laughing and gay like a clown
I seem to be what I'm not you see
I'm wearing my heart like a crown
Pretending that you're...
Pretending that you're still around.

 Para ver e ouvir The Platters:   http://www.youtube.com/watch?v=gsSmtvzegAQ

Para ouvir e ver Freddie Mercury:  http://www.youtube.com/watch?v=q3L29U_8c9U

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Tribunal manda tirar avaliação do concurso de professores


Não sei, não! A notícia reza assim no Diário de Notícias, mas com o Ministério da Educação nunca se sabe! O Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja deu provimento a uma providência cautelar interposta pela Fenprof e logo vem um especialista em direito público afirmar que o ME está obrigado a cumprir esta decisão. Pois!

Ocorre-me  o caso das duas providências cautelares interpostas pelas Vice-presidentes do último Conselho Executivo da minha escola (D. Dinis de Leiria) que também foram aceites pelo TAF de Leiria (que por sinal depois lhes deu razão no que toca à acção principal) e logo houve um Tribunal de Setúbal que revogou ambas as providências cautelares. A revogação da segunda providência cautelar teve como consequência, como sabem, a saída precipitada do referido Conselho Executivo, aliás sem qualquer ordem expressa por parte da DREC, e a ainda mais precipitada consequente tomada de posse do director eleito (apesar de ter havido um colectivo de juízes do TAF de Leiria que considerou que os elementos do CE tinham direito a terminar o mandato para o qual tinham sido eleitos por três anos!)

Ora se o ME conseguiu isto num caso tão pequeno, imaginem se não vai conseguir a revogação da providência cautelar numa situação muito mais abrangente como é a de um concurso de professores!

Não sejamos ingénuos!