quinta-feira, 29 de abril de 2010

No Dia Mundial da Dança




Esta semana coube-me a simpática tarefa de acompanhar a minha neta à aula de dança. Só para contextualizar os meus possíveis leitores, trata-se de uma aula promovida pelo SAMP (Sociedade Artística Musical dos Pousos) e orientada pela equipa do professor Paulo Lameiro para crianças muito pequenas (a sala da minha neta é para os nascidos em 2007) onde elas são expostas à música, à dança e à arte dramática sendo convidadas, juntamente com os respectivos acompanhantes a participarem nas actividades propostas pelas professoras. É uma forma muito interessante de educar a sensibilidade, a atenção, a concentração e o gosto das crianças e, ao mesmo tempo, começar a transmitir-lhes alguns conhecimentos culturais.

A aula desta semana foi dedicada ao 25 de Abril, tendo as professoras dramatizado o tema da repressão e do autoritarismo que se vivia antes da revolução e como o povo venceu esse mal,  servindo-se de fortes canções de intervenção daquela época e de símbolos marcantes como a bandeira nacional, o trabalho duro e os cravos. Perguntar-nos-emos se as crianças entenderam  – certamente que não. Elas foram chamadas a intervir de forma ténue: pintaram, jogaram o balão e dançaram de roda. Alguma coisa de certo terá ficado nos seus pequeninos subconscientes. Para os pais e avós acompanhantes o momento terá sido vivido de formas muito diferentes – um ou outro pai apresentava expressão de quem não achou o tema muito apropriado ou talvez até mesmo um pouco forçado.

Por mim, acho sempre muito útil que se aproveitem todas as oportunidades para relembrar e fazer passar a mensagem dos bons momentos da nossa história como povo, das nossas vitórias mais marcantes, de forma a combatermos este nosso sempre presente pessimismo que nos faz pensar que somos os mais pobres, os mais atrasados, os piores, os últimos!

Há que felicitar o professor e a sua equipa e pedir-lhes que continuem para a frente. Mesmo que nem sempre se faça algum silêncio entre os pais quando o professor aparece na sala comum, com a sua viola, a cantar baixinho, chamando as crianças para a aula.... mesmo que nem sempre os acompanhantes saibam controlar as crianças levando-as a comportarem-se como devem numa aula.


(O mítico par M. Fonteyn e R. Nureyev
num magnífico pas-de-deux)


2 comentários:

  1. Feliz Dia da Dança, uma das mais lindas artes e mais divertidas.

    Beijos

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  2. Acho que todas as actividades que possam "mergulhar" as crianças num passado que também fará parte das suas vidas através de relatos dos avós, dos pais, mesmo que não percebidas agora, valem a pena.
    E se a neta sair à avó será uma grande dançarina! :-))

    Abraço

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