quarta-feira, 20 de junho de 2018

Ao Verão

Na passagem de 22 anos sobre o desaparecimento do grande poeta David Mourão-Ferreira e celebrando a chegada do Verão (o solstício ocorrerá amanhã, pelas onze horas e poucos minutos) transcrevo o poema

Ao Verão

De frutos e de azul, que doirada mistura!
Eu já vira este corpo… Aonde, se não fora

A minha juventude? Assim eu a sonhara:
quisera, em sua face, a minha trasmudada!

Quão errado cresci! Outra foi a escultura
que o destino preferiu…  – Mas o Verão continua

e a criança que fui, paciente, a exumar
o tempo da Beleza, oculto ao pé do mar.


David Mourão-Ferreira

Obra Poética, Editorial Presença





13 comentários:

  1. Um bonito poema de um excelente poeta.
    Abraço

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  2. O olhar e o poema em perfeita e bela sintonia!
    bj

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  3. O verão volta sempre, já a juventude... :)
    Bonito e nostálgico verão.

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    1. Já a juventude.... enfim! É o que temos!

      Beijinho com alguma juventude...

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  4. O tempo é parecido com um cavalo com a sua velocidade na roda das estações, e pisa-nos a vida…
    deixo aqui o contacto do meu bloguinho de poesias onde preparo traduções (de amador !) para ajudar quem precise para entender as poesias dos poetas de lingua portuguesa e também escrevo algumas coisas para participar no blogue da prof. Lourdes !

    https://poesiesenportugais.blogspot.com/

    abraço Graça, votos de boa semana
    Angela

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  5. Chegou a minha estação do ano favorita.
    Beijinhos

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    1. E a minha quando era jovem e jovem adulta. Agora, com o aumento das temperaturas, já não gosto tanto... Enfim! Efeitos da PDI .... :))

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  6. desconhecia. Adorei o poema :))

    Hoje:- Podem até chegar tempestades

    Bjos
    Votos de uma óptima Quinta - Feira

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    1. Que bom, Larissa, que pude dar-lhe a conhecer as belas palavras de David Mourão-Ferreira!

      Beijinho.

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  7. Gosto do poema e da tua fotografia.
    Besitos, querida amiga

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