Sabe quem já experimentou como é
desagradável fazer uma ressonância magnética. A barulheira é de tal ordem que parece
que estão a britar as paredes ali mesmo em cima de nós; depois vem o som de
fortes marteladas por cima da nossa cabeça, tudo isto acompanhado por aquele
som trepidante dos martelos pneumáticos. Tudo isto connosco deitadinhos dentro
de um exíguo tubo branco com a recomendação de que não nos movamos sob pena de
se ter de começar o exame de início. Até nos põem uma campainha na mão para interromper
o exame em caso de emergência.
Hoje tive de fazer um desses
exames e, como não foi a primeira vez, mantive-me calma, e tentei pensar em
coisas agradáveis e leves.
Foi quando, face à barulheira do “martelo
pneumático” a “rebentar o chão” ali mesmo juntinho a mim, me lembrei de uma
anedota muito, muito velha, do tempo do liceu que se contava assim:
Um fulano todos os dias passava por
uma obra e via um operário de martelo pneumático na mão a perfurar o solo
fazendo as fundações. Como era muito gozão, todos os dias lhe dizia:
- Então? A andar de lambreta?
O outro ficava furibundo mas nada
podia fazer. Até que um dia pensou esperá-lo com um tijolo na mão para lho
atirar em cima.
No dia seguinte, lá estava ele preparado
com o tijolo junto à cara para atirar em cima do provocador.
Quando este chega e o vê naquela
posição, diz com o ar mais escarnecedor:
- Então? Hoje a ouvir rádio?...