sexta-feira, 1 de julho de 2016

Em tática que empata não se mexe!

Não sou nada fã de futebol. Melhor: não ligo nenhuma ao futebol. O facto é que sou mesmo adversa à competição, por isso jogos não são para mim. Feitios, claro!!

Tenho, no entanto, a minha preferência (acesa) nas equipas nacionais, como alimento, por outro lado, o meu odiozinho de estimação (ainda mais aceso…). Nem uma nem o outro vão ser aqui desvendados, pelo menos agora, para não importunar os meus queridos amigos.

Também desejo muito que a seleção faça boa figura lá em França. Primeiro por nós e depois para mostrar a esses gauleses e afins que não somos nenhuma espécie de suburbanos – para não dizer pior. Mas não me detenho a ver os jogos porque não quero, nem por nada, despertar a minha taquicardia e também porque não percebo nada daquilo…

Todo este “relambório” para trazer aqui a espetacular crónica de Ferreira Fernandes, hoje, no DN, (enquanto não for também afastado do jornal, sei lá!) sobre o jogo de ontem, a qual me fez dar umas gargalhadas bem sonoras.

Reparem só na ironia da segunda frase do texto, como que decalcada no belo verso de Pessoa: «Deus quer, o homem sonha e a obra nasce»… Uma verdadeira delícia!

«Simplesmente, coerência. O engenheiro quer, a equipa empata e vamos em frente. Vai ficar nos anais dos confrontos este Portugal que estaca para ir cada vez mais longe. Quem era, ontem, para aviar? A Polónia, habituada a ser rasgada pelos panzers dos vizinhos. Baralhámos-lhe a tradição: ontem, calhou aos polacos a derrota por uns gajos sem repentes. Nós é mais demorar, embaraçar, embargar, estorvar, obstar, suspender e tolher - como ordenou o engenheiro. Para ter a certeza dessa progressão quieta, abrimos o jogo de portas abertas. Aos dois minutos, golo de Lewand... perdão, do engenheiro. A ordem dele era: "Que eles marquem primeiro, assim fica mais seguro não irmos por aí fora, de golo em golo como malucos..." Suspirámos, pois, de alívio com o golo deles. A perder, ficámos com a vantagem de sermos nós a impor o almejado empate. Marcássemos nós no início, corríamos o risco de eles aguentarem o resultado e ficávamos com quase hora e meia de vitória, um horror. Em 510 minutos jogados em França só estivemos a ganhar durante 22 minutos... Pronto, com o 0-1, ficámos nas nossas perdulárias CR7 quintas! Depois, lá empatámos, para continuar gloriosamente assim. Prolongamento. Desta vez, o engenheiro não admitiu o abuso do Quaresma contra a Croácia (golo aos 117 minutos): ontem, o prolongamento foi respeitado, nulo inteirinho. E só se desfez o empate nos penáltis e, atenção, no último. Pode ser feio, mas nunca nos vi tão empatados numa vontade. Confesso, adoro.»

Ferreira Fernandes, DN, 1/Jul/2016


(daqui)

14 comentários:

  1. Esse Ferreira Fernandes é da opinião da revista francesa Le Point que titulou a seleção das quinas de "nojenta".

    Os islandeses não são nojentos e vão dar cabo dos franceses no próximo domingo.

    La vie est douce!

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  2. Afinal foi o jornal "20 Minutes" que titulou a seleção das quinas de "nojenta".

    A revista francesa Le Point escreveu que Portugal não tem nada que estar nas meias-finais do Euro 2016, considerando que a qualificação de Cristiano Ronaldo e companheiros é fruto da injustiça e do milagre.

    Porreiros os amigos franceses, Graça.

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    1. Cretinos!!!! «Não tem nada que estar nas meias-finais»... mas está!!!

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  3. Não falo da Selecção. Se ela for à final sempre assim ou desligo ou não chego lá e eu ainda queria viver mais uns anitos.
    Um abraço e bom fim de semana

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    1. Elvira, não seja assim!!! Pronto(s).... ele lá vão fazendo o seu percurso... eh eh eh...

      Beijinho

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  4. Abstenho-me de falar do grupo de excursionistas que com o engenheiro Santos como cicerone espalha a sua alergia à qualidade. Tenho que generalizar porque o pontapé na bola é coisa de colectivismo e não de um ou outro turista que resolve pensar ser o único ou o melhor.
    Tenho assistido às actuações destes 'artistas' e, com toda a franqueza, não me aquece nem arrefece. Passo ao lado, pura e simplesmente.
    Beijinho, Graça, bom fim de semana.

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    1. Oh.... não seja assim!!
      A mim também pouco me aquece ou arrefece, mas era bom que fossem para a frente!

      Beijinhos

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  5. Olá Graça, tendo em conta os gritos que se ouviam no bar aqui perto, não é por falta de emoção que os jogos da seleção têm sido menores!
    a crónica de Ferreira Fernandes está o máximo! quando compro o DN, leio sempre a crónica dele :)
    mas que ninguém se preocupe, haverá por parte dos portugueses muitas flagelações pelo facto de não aparecerem como heróis nos jornais franceses!

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    1. De facto, «nos amis les français» estão a portar-se um bocado mal....

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  6. Como tu, ou ainda pior, sou totalmente analfabeta em futebolês! Mas é impossível fugir à histeria geral, de modo que lá vou perguntando, timidamente, como estão as coisas. E a resposta tem sido sempre muito optimista...
    Gostei da crónica de FF

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    1. Que parecidinhas que nós somos.... em algumas/tantas coisas!

      Beijinhos

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  7. Hehehe...
    Não é que eu perceba grande coisa de futebol mas se me ponho a ver o jogo acabo por me entusiasmar e, com a seleção, sofro um bocado. No jogo contra a Polónia resolvi ir fazendo a minha vidinha doméstica e só dei pelo golo com o grito do meu marido. Depois sempre fiquei a ver os penaltis. :)

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