terça-feira, 20 de janeiro de 2015

No comboio para Beja

A condição em que este país e este povo se encontram deixa-me/nos numa angústia, num tal estado de frustração e de desânimo de que dificilmente consigo abstrair dando-me uma vontade extrema de transcrever para aqui excertos de belos artigos que encontro nos jornais e que tão bem descrevem a minha/nossa preocupação.

Hoje apeteceu-me passar para aqui parte da carta aberta ao presidente da República que Mário Cabrita, um tenente-coronel reformado, enviou para o DN e na qual refere o «descalabro da governação do país nos últimos meses com a confusão generalizada em diferentes áreas da administração do Estado» enumerando vários casos gritantes entre os quais: «irracionalidade na colocação dos professores; fracasso no lançamento do novo mapa judiciário; desnorte na fixação das regras do IRS; negligência ao entregar a privados companhias de bandeira e bens essenciais à nossa sobrevivência; promiscuidade entre os poderes político, financeiro e económico; fraude na falência de algumas empresas; mistério no aparecimento de mais dez mil milionários (...)»

Mas isso é chato de mais e é repetir uma vez mais o caos lamacento em que nos fizeram cair, por isso achei melhor contar uma cena bem mais divertida que aconteceu no comboio para Beja…


No comboio para Beja ia um compadre e sentados à sua frente um casal de namorados.

O rapaz apertava o nariz da namorada e perguntava: - Dói, amorzinho?

- Dói sim, respondeu ela.

E então ele deu um beijo no nariz da rapariga e perguntou: - E agora?

- Agora já passou!

Passados alguns instantes ele apertou a bochecha da rapariga e perguntou: - Dói?

- Dói sim!

Então ele deu-lhe um beijo na bochecha e perguntou: - E agora?

- Agora já passou!

E continuaram naquela vida até que o velho que ia à frente deles já cansado daquilo, perguntou:

- Ouve lá, ó moço, tu que és um boquinha de anjo, curas hemorróidas?




14 comentários:

  1. Fez-me sorrir de novo, mas nada apaga a fúria que sinto neste momento , cada vez maior, contra o bando PSD/CDS e reformado de Boliqueime !

    Bons sonhos, Graça

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    1. Também eu, São!!! Uma raiva, uma revolta, uma fúria sem tamanho!!

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  2. Olá, Graça,

    Como deste início a esta entrada com a parte sórdida da situação em que estamos atolados, vou apenas fazer um reparo ao «misterioso» aparecimento desses milhares de novos-ricos milionários. Fala-se tanto em transparência e um mistério assim fica por esclarecer? Ele há coisas muito estranhas.
    O melhor é mesmo embarcarmos no comboio de Beja, pode ser que o moço nos cure algumas maleitas...:)

    Gostei muito da opção que fizeste em homenagear esses grandes nomes, através da música, que guardaremos sempre na memória.
    A perda da Elis Regina foi algo que me marcou muito, naquele tempo!

    Quanto à tua saudade de Sintra, compreende-se. É uma Vila lindíssima que visitei apenas duas vezes, fiz esse percurso, obrigatório, de charrete e visitei o Palácio da Pena, mas há tanto, tanto tempo...Uma eternidade!

    Beijinhos.

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    1. Eu vivi lá muitos e bons anos e depois vim para Leiria, super-contrariada!!

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  3. ...e enquanto contamos anedotas eles vão "se governando"...
    Mais palavras para quê ?

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    1. Não tenha dúvidas, Luís. É isso mesmo! Somos um povo manso - vamos fazendo humor incapazes de tomar uma atitude de força!!

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  4. Rir é mesmo o melhor remédio, Graça :)))
    Beijinhos

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  5. Ora toma, alentejano oportunista.
    M.A.A.

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  6. Gostei mais da parte do rir, porque a do chorar nunca mais acaba e ainda temos muito tempo pela frente até que possamos secar as lágrimas pelo mal que esta pandilha nos fez.

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    1. Nunca mais acaba mesmo!!! Já não há paciência para isto!!

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  7. No comboio de Beja há curas de pasmar
    terá engenho o moço de os pôr já a andar?

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  8. Isso é que era mesmo bom!!! O moço de Beja era elevado a herói nacional!!

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  9. Ah, Graça,
    Ele havia de curar era o mal de que andamos padecendo.
    Será que cura?

    bj amg

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  10. Também prefiro rir. Como se costuma dizer, é rir para não chorar.

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