quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Quem o viu e quem o vê

Tinha o nome de Grande Hotel. Era o Grande Hotel Lis. Ali mesmo no coração da cidade. Antigo. Não é do século passado (eu é que sou...); já é do outro século atrás!






Quando vim viver para Leiria, em Outubro de 74, e em muitos anos que se seguiram, diariamente lhe passava à frente, colocada que fui na velha Escola Preparatória D. Dinis que se situava na mesma rua do hotel. 




Como gostava - com o meu quê de voyeurismo - de espreitar pela grandes janelas do rés-do-chão os hóspedes que ali tomavam o pequeno-almoço! E lembro-me ainda de ter lá estado em reuniões e encontros partidários. 

Com a sua construção antiquada, transmitia uma ambiência azulada, que nos transportava para os romances de Eça. Atraía-me.

Anos mais tarde, fechou. Taparam tudo. Aferrolharam as portadas das janelas. Mas com o tempo foi-se degradando: as janelas abriram-se deixando os cortinados esvoaçar para fora. Uma tristeza!

Ouviu-se falar na sua requalificação. Em 2010, sofreu um incêndio. Depois, um senhor muito rico do meio construiu, por trás do hotel, a sua mansão de cidade. Não sei se os restos mortais do velho hotel lhe retiravam a vista, mas atualmente o que resta do Grande hotel Lis é isto.




E que mal fica ali mesmo no centro da cidade!





12 comentários:

  1. Quando, em 1976, vivi durante uns meses entre Leiria e Santarém, fiquei muitas vezes hospedados no Hotel Lis. Outras vezes ficava no D. João (II?), que não sei se ainda existe..

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  2. É verdade Graça, sempre ouvi dizer que estava em obras, começou no ano em que a nossa amiga Manuela "A Turista Acidental" queria vir passar uns dias a Leiria, falamos sobre isso na altura e já lá vai tanto tempo, é uma vergonha ver esta imagem.

    O Carlos fala no D.João que já não funciona como Hotel,mas pelo menos continua de pé.

    beijinho e uma flor

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  3. Uma imagem que devia acordar a autarquia. Quando as obras não avançam e o espectáculo é de degradação ali no coração da nossa cidade.
    Lembro-me de ali ser uma estação de embarque nas camionetas de carreira, não sei se era - Os Claras ou os Oliveiras.
    O Vilela já era na Heróis de Angola

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  4. Não consigo receber os seus comentários, Graça :(

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  5. De facto, Gracinha!
    Por cá, também temos alguns mamarrachos...antigas pérolas. Uma pena!:(

    um gde beijinho:)

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  6. Comecei a passar frente a este hotel quando, menina bem moça, era aluna do 6º ano do liceu e lá ia de bata azul claro...mais tarde comecei a passar pela mesma razão que tu!
    Tenho pena de ver no que se tornou! :-((

    Abraço

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  7. Para isso, entãose calhar mais valia não conservar nada!

    Eu entendo a ideia de manter a traça arquitectónica das zonas mais antigas das cidades ou outras localidades para não permitir a desfiguração dos centros históricos... mas será que tudo se justifica?

    Mais valia deixarem construir de raiz um edifício novo e serem rigorosos depois na aprovação dos projectos para que a modernidade não choque e possa conviver com o que é antigo.


    Beijinhos arquitectónicos
    (^^)

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  8. Não destruam as construções antigas, porque têm história e a cultura de um povo vive da sua história. Quando muito mantenham as fachadas exteriors. Conheço e razoavelmente bem, muitas entidades que aproveitaram fachadas e modernizaram por dentro sem destruir a traça arquitectónica.

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  9. É sempre uma tristeza quando verificamos que um local que outrora foi emblemático foi votado ao abandono e à ruína... :(

    Beijocas, Graça!

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