quarta-feira, 4 de abril de 2012

Houve 200 000 na rua?


Apetecia-me começar assim:

«Afirma Pereira que» foi convocada uma manifestação para o passado dia 30, sábado, em Lisboa contra a reforma administrativa, ou melhor, contra o corte cego de freguesias. 

«Afirma Pereira que» cerca de 1500 de autarcas de freguesias apoiaram a realização dessa manifestação plural e anti partidária.

«Afirma Pereira que» foram para aí 200 000 pessoas que se juntaram vindos de todo o país e desfilaram Avenida abaixo trazendo consigo bandas e ranchos folclóricos para mostrar a força e a energia populares. 

«Afirma Pereira que» que foi uma das maiores movimentações de pessoas e um dos maiores protestos desde o 25 de Abril.

Mas agora afirmo eu que nem jornais, nem telejornais, nem outros que tais, reportaram tal acontecimento devidamente e com a dimensão que merecia. As aberturas dos telejornais de domingo fizeram-se como habitualmente com as notícias de jogos de futebol e eventos de igual envergadura… e depois lá para depois do intervalo, passaram umas breves imagens com um rancho ou outro (se calhar para dar uma imagem de “parolada”, sei lá!) Os jornais escreveram um textinho obscuro em página do meio com uma fotografiazinha se tanto. E pronto! Ainda agora procurei na internet e encontrei apenas uma notícia da Gazeta de Castelo Branco…

Como se trata de uma matéria que é manifestamente contra os interesses defendidos pelo atual governo, há que desvalorizar, esconder, esquecer. Convém!

E também afirmo que, a propósito, recordo a manifestação que os professores fizeram em 2008 com o objetivo consumado de pôr a ministra da Educação – tal bruxa de Salém – na rua e o governo daquele primeiro ministro – o verdadeiro Anti Cristo – no chão. Essa manifestação sim, foi mostrada e remostrada, reportada, montada e desmontada, resumida e aumentada. Convinha! 

Dualidade de critérios afirmo eu! E ainda afirmo que, tal como o governo, a administração, os políticos, a justiça, o presidente, a nossa comunicação social não presta!




12 comentários:

  1. Cara Graça Sampaio
    O poder corrompe a muitos níveis. Nas redacções quem decide o que vai para o ar são os "chefes" e há para aí muito medo e cobardia. Deprimente...
    Abraço
    Rodrigo

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  2. Concordo contigo! Mas faço notar que se a nossa comunicação social está de rastos é devido aos seus diretores, presidentes, etc. e tal, que o jornalista comum não tem culpa nenhuma na matéria: se essas excelências acham que não é do interesse do jornal, telejornal, etc. e tal, não há nada que estes possam fazer para publicar. Gazeta de Castelo Branco à parte, pois se calhar é uma e a mesma pessoa que detém todos os cargos dentro do jornal, de diretor a paquete... :)

    Beijocas!

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  3. Profissão de jornalista é difícil, em tempo de crise económica, ainda pior, obedece... ou passa fome porque isto de heróis... já era ;)

    Bjos

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  4. Uns trabalham, mas outros decidem. Escolhem aquilo que vai para o ar ou para os jornais.

    A isto chama-se liberdade...???

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  5. "Afirma Pereira" e afirmamos nós que foi uma mega manifestação cheia de cor, de música, de gente descontente e sem cunho partidário!
    Gostei de ver!
    Eles não perdem pela demora, afirmo eu!

    Abraço

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  6. Varre-se tudo pra debaixo do tapete, ignora-se a capacidade mental das pessoas e acham que está tudo ok!? Absurdo!
    Bj. Feliz Páscoa!
    Célia

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  7. Hoje em dia há blogues mais fiáveis que a comunicação social...

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  8. Não há comunicação social
    Há o eco do que é necessário ecoar

    O resto? Terá sorte se passar...
    _________________

    Dizia um deputado comunista, por Braga (não na imprensa, claro): também os "deles" estão na rua, e são muitos, algo vai mudar.

    Eu digo: Se calhar...

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  9. Absolutamente de acordo! Esta comunicação social está totalmente vendida. No entanto, ainda me impressionou mais a forma displicente como trataram as manifs em Espanha no dia da greve geral. Até parecia que eram só umas arruaças.
    O jornalismo em Portugal praticamente acabou. A comunicação social passou a ser um braço armado do governo. No entanto, em matéria de política internacional, esse problema já vem de longe e até o abordei várias vezes lá no CR

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  10. Não presta, mesmo!
    E paga-se caro!...

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  11. Contém-te,Amiga.Não dês cabo do coração.Sei que é impossível papar a informação que apresentam ao público e acreditar que estão a fazer o seu melhor,com profissionalismo e tudo e tudo,mas porem-me o gasganete entupido é o máximo dos máximos.Bem vindos alguns posts ajudam a partilhar a raiva.Kinkas

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  12. Está visto que tenho de regressar rapidamente à Terra!

    A luta está aí, na rua!
    Ninguém pode amordaçar a raiz do pensamento e da consequente revolta!

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