segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Que canção tão parva!


Já recebi não sei quantos mails a encaminharem-me para o YouTube para ouvir a canção(zeca) dos super-na-moda Deolinda que se chama "Parva que sou". Para além dos artigos e das notícias (parvas) que a propósito têm aparecido nos jornais! Que parvos que somos, os Portugueses! Desde que apareça alguém ou alguma coisa a dizer mal de nós e a chamar-nos nomes, nós, de imediato, achamos o máximo! Um masoquismo doentio!

Aqui há uns anos foi a utilização até à exaustão da expressão "geração rasca" do Vicente Jorge Silva pela altura em que era ministra da educação a Dr.ª Manuela Ferreira Leite. Colou-se-nos essa expressão aos ouvidos e aos lábios durante anos para desfazermos nos nossos jovens. E agora aparece esta cançãozinha sem tom e a colagem dá-se de novo para continuarmos a desmerecermo-nos e a lamentarmo-nos e a autopenalizarmo-nos!

Canção de protesto, dizem? Um protesto  bem mole,  resignado, sem vida. Será mesmo protesto?

Deixo aqui para quem ainda não ouviu (e para quem me quiser contradizer...)





9 comentários:

  1. A canção não é má...A interpretação que lhe foi colada é que é simplista.

    Mas tens rzão: gostamos de nos rebaixar. E nem sempre da melhor maneira.

    Haveria outras...

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  2. Acho que a música não rebaixa ninguém, bem pelo contrário... é grito de força. Alguém que se depara com uma situação precária em que vive e constata que não pode continuar assim. É apenas isto e isto já é muita coisa. Parabéns aos Deolinda pela genialidade!

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  3. Esta maltinha tem que perceber que as cantigas de intervenção tinham uma marca própria, bem vincada.
    Além de que foram concebidas por grandes autores e cantadas por grandes intérpretes.

    Mas como agora basta mexer os lábios para fazer um disco, com direito aos respectivos "royalties", qualquer coisa serve.

    Há gostos para tudo e eu respeito.
    Mas o que é mau torna-se insuportável.

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  4. Eu gosto dos "Deolinda" embora me pareça que podiam ter feito melhor não só ao nível do ritmo que é muito arrastado para canção de protesto e em relação ao conteúdo que acho pouco assertivo, como agora se diz!

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  5. Já tive o prazer de os ver actuar ao vivo e adorei! Sobre este assunto tão badalado, não faltará agora quem dele se aproveite. Acho que o melhor a fazer será ler o comunicado que o grupo fez... e o resto, o resto “são cantigas”.

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  6. Querida Carol, não será antes pelo poema, que os jovens se identificaram com a canção? Eu acho que sim e até lhes dou alguma razão.
    Beijinhos :)

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  7. BEM...NÃO FOI SÓ O vICENTE JORGE SILVA
    AGORA TAMBÉM MUITO SE FALA NA GERAÇÃO Y ...

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  8. Há sempre alguém que para encontrar o caminho, vai por percursos diferentes, e muitas vezes esse é o caminho para o sucesso.
    Parece-me ser o caso!
    Ouço falar, já vi de relance, não gosto do género mas respeito a originalidade.
    Algo terão de interessante, porque tendo tantos adeptos, concerteza que não está toda a gente distraída!

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  9. Pois, desculpem-me. Eu nunca fui grande entusiasta da música portuguesa. Como eu exultei aqui há muitos, muitos anos, no início dos tempos da revolução quando ouvi o então jovem Miguel Graça Moura dizer "estou-me nas tintas para a renovação da música portuguesa!"... Mas estou como Observador: canções de intervenção foram as do Sérgio Godinho, José Mário Branco, José Afonso e outros, compostas e cantadas com garra, com força e com muita qualidade.
    Quanto à geração Y, João, o que eles adoram andar com as cuecas à mostra, não é?... Modas!

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