domingo, 20 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei





Ontem, deixei-me de preguiças e fui ao cinema ver este filme. Cinema, para mim, é numa sala de cinema. Em casa, distraio-me, há barulhos, levanto-me para ir à cozinha, à casa de banho, lembro-me que há isto ou aquilo para fazer -  um desatino!

Se bem que, ir actualmente ao cinema, não é o mesmo que há uns anos atrás. As salas são muito diferentes. Fechadas, escuras, soturnas. E, para além disso tudo, há os parceiros que trazem baldes (na verdadeira acepção) de pipocas que remexem todo o tempo com as mãos e trincam e mastigam ruidosamente aos nossos ouvidos: Cr! Crr! Crrr! Depois vai o gole de Pepsi que gorgoleja garganta abaixo. E há ainda aquele cheio a gordura adoçicada que nos entra pelas narinas até ao fundo do estômago. Grrr! No bom dizer dos ingleses: disgusting!

Enfim, pelo menos, já desligam os telemóveis. Mas gostei muito do filme: actuações muito serenas do rei, da mulher e do terapeuta. O suspense do início da 2ª Guerra. O encantador charme britânico. A importância de certos acontecimentos da infância que nos marcam inexoravelmente  e de que nunca mais nos conseguimos livrar por muito adultos que sejamos.

Tocou-me especialmente o facto de o rei, na sua infância, ter sido forçado a usar talas de ferro para corrigir os joelhos. Uma das minhas filhas. aí pelos 2, 3 amos,  juntava um bom bocado os joelhos e, naturalmente, consultei um ortopedista bem cotado aqui da praça que lhe receitou umas talas em ferro e couro que deveria "vestir" todas as noites. E digo "vestir"  já que se tratava de um triângulo que lhe era posto na cintura e seguia até aos pés, obrigando-a a dormir de barriga para cima e com as perninhas bem afastadas.

Claro que nunca usou tal objecto de tortura porque eu não o permiti, o que muito contrariou o doutor que me perguntou se eu estava ciente de que a minha filha poderia ficar a andar mal. Lembro-me que lhe respondi que "entre um aleijão físico e um aleijão psicológico, preferia o físico que talvez se pudesse operar". E, felizmente, não foi preciso operar nem ela ficou com problemas no andar: umas simples botas ortopédicas resolveram-lhe o problema.

O filme é muito bom, as interpretações são muito boas, mas, cuiosamente, não me parece que seja filme para tantos óscares. Mas este é o meu olhar de leiga.





10 comentários:

  1. Tenciono vê-lo em casa...Dos nomeados só vi a "Rede Social"...Perca de tempo...

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  2. Fiquei com vontade de o ver quando assisti a uma apresentação na televisão!
    Tenho saudades de ir ao cinema "a sério"...
    Vivo numa pseudo-cidade! :-))

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  3. Estou num dilema terrível. Neste momento tenho montes de filmes que adoraria ver no cinema. Como o meu marido "ainda" fuma, foge de ir ao cinema como o diabo foge da cruz. Sozinha não quero ir.

    E sabem que mais? Não me atrapalho nada com as pipocas pois quando vou com as netas tenho mesmo que levar um baldão atrás e uma garrafa de água para cada uma, somos 4 ou 5, dependendo de quantas estão comigo nas férias. Imaginas os sons????

    Mas é tão bom ir com elas aos cinema.

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  4. Querida Carol, este está na minha lista de "filmes a ver sem falta" :)
    Beijinhos

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  5. Fui ver no dia do aniversário dos nossos companheiros de jornada, e gostámos muito. Recomendo o filme, não tendo atributos, nem qualificações para fazer comentários, gostei por se tratar de um filme que tem factos da história, verídicos. É trágico e cómico em simultâneo, tem uma interpretação excelente, a sala estava cheia, a clientela, era toda na casa dos 50 para cima, muitos ingleses a assistir.
    Gostos não se discutem, eu gostei!

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  6. O filme vê-se bem mas penso que “são mais as vozes do que as nozes”. O que é preciso é publicidade, neste como em qualquer outro negócio, e essa não tem faltado.

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  7. Também vi o filme e achei-o excelente. Colin Firth irá ganhar o Óscar como melhor actor e o filme também será considerado o melhor. Tenho um dedo que adivinha! : )
    Ontem vi “Biutiful” – escrito desta forma – do realizador Alejandro González Inarritu e com Javier Bardem! Foi tão intenso que poucas pessoas se levantaram assim que o filme acabou... Ainda hoje quando penso no filme fico incomodada. Quem quiser passar umas horas agradáveis e divertidas numa sala de cinema, não é este filme que deve escolher embora eu considere um bom filme.

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  8. Filme fantástico, interpretação de Collin Firth e de Geoffrey Rush soberbas e baseado numa ...história verdadeira!!!

    Definitivamente um filme a ver, sem pipocas!

    Gostei muito do seu blog, volto em breve!

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  9. eu tenho andado com preguiça, confesso, mas este fim de semana vou ver. E acho-o não só um excelente actor como uma verdadeira brasa lol beijinhos.

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  10. Também acho, GuessWho... Elegantíssimo!
    O "Biutiful" ainda não vi porque ainda não passou aqui na cidadezinha... mas, pelos vistos, tenho de ir ver.

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