Corro o risco de levar os meus
queridos seguidores/visitantes a pensar que estou a tornar este espaço mais de
registo e discussão dos aspetos negativos do dia-a-dia do que a tratar das
maravilhas da vida, da arte, da escrita, das estações do ano, da poesia.
A questão é que, todos os dias os
órgãos de comunicação social nos pretendem vender “gato por lebre” e eu não aguento.
Quando eu era tímida e trabalhava
na escola, tinha, muitas vezes, de ir a reuniões alargadas com presidentes de
outras escolas para discussão de problemas da vida escolar dos alunos. Muitas
vezes, tinha opiniões muito diversas das do grupo e eu ouvia, ouvia, e quando “enchia”,
pedia a palavra e dizia: «Desculpem, não concordo nada com isso e, se não digo,
rebento…»
Assim estou agora: «Se não digo, rebento!»
Então andam mais de não sei
quantos funcionários do Ministério Público (seja isso o que for) daqueles com
formação (ou sem ela, sei lá!) a fazer
inquirições (era o que fazia o Ofício dito Santo e a polícia política do ditador)
por causa de dois convites para ir assistir a jogo de futebol e os outros
restantes funcionários a inquirir dois antigos secretários de Estado de um
governo de há anos porque utilizaram indevidamente
o cartão de crédito – não, não foi para comprarem fatos Armani, nem para
levarem a família a fazer viagens à Seicheles – para comprarem livros e
revistas que levaram para casa quando terminaram o mandato.
Quantos bilhetes de futebol e quantos livros e
revistas se poderiam comprar com os milhões roubados no âmbito do crime financeiro
do século no BPN, ou do BES?
Quantos bilhetes de futebol e quantos
livros e revistas poderiam ser comprados com as luvas recebidas (e
desaparecidas) com a compra dos Pandur e dos submarinos?
Querem fazer de nós parvos ou
trata-se apenas de continuar e prolongar sine die o processo de difamação das governações de esquerda
iniciado em 2004 com o obscuro e infame caso Freeport?
De nada mais se fala nesta torpe e
infame comunicação social. Entretanto, o ex ministro Miguel de Macedo foi hoje
ouvido em tribunal sobre o caso dos vistos gold
– mas a comunicação social, caladinha. Ontem um dos arguidos da operação FIZZ
afirmou em tribunal que tinha provas da manipulação da Procuradora Geral (desta)
República e dados sobre quem a PGR tem andado a proteger – mas a comunicação
social, caladinha, caladinha…
E querem vocês que eu me cale
também? Não posso. Senão rebento!
Nota Final – li agora que o Partido Popular Europeu quer ver
discutido o caso dos bilhetes de futebol no Parlamento Europeu!
Aonde vamos parar?