sábado, 30 de setembro de 2017

Passeio por Lisboa

Para ajudar à reflexão (eh eh eh eh...) convido-vos a dar uma pequeno passeio por uma das zonas mais emblemáticas de Lisboa.


Igreja da Graça


O Castelo lá ao fundo




Calçada da Graça








Vista do Castelo





Vista do Convento do Carmo 




Vista do zimbório da Estrela


Pavão passeando pelo Castelo


Uma casa típica


Jardim de Santa Luzia


Santa Luzia

Vista para o Castelo



Ah! E agora...




Espero que o passeio tenha ajudado à reflexão...

E amanhã... VOTE!

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Aproximam-se melhores dias!



Chamam-se sábado e domingo!!  Aproveitem!!

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Dos Lares de Idosos

Aqui o dono-da-casa (detesto o apodo de “o meu marido”…) faz parte da direção de um Lar de Idosos. É uma IPSS mas foi construída de raiz. É amplo, luminoso, com jardim à volta, com todas as comodidades exigidas por lei e, ainda por cima, dentro da povoação, perto do centro de saúde, da escola, do clube de futebol, das casas – tudo ali à volta.

Calhou passar por lá hoje e ver dois ou três utilizadores do lar a virem instalar-se na varanda superior para desfrutarem do belíssimo dia de Sol. E, aí, veio-me uma vez mais à cabeça a ideia triste, confusa e sem solução de que os lares de idosos, mesmo com todo conforto e bem-estar que oferecem (para muitos dos que lá moram será por certo muito mais do que tiveram ao longo das suas vidas) são, de facto, a última morada antes da última das últimas… Pensei na angústia que aquelas pessoas devem ter sentido ao trocar as suas casas, mesmo que sem grandes condições, por aquele espaço alegre e amplo onde tudo lhes aparece feito – mas que, de facto, não é o seu.

Lembrei-me da minha avó – aquela que me criou até aos dez anos e que viveu comigo os seus últimos anos de vida. De um dia para o outro, perdeu a visão – já quase tinha perdido a audição – e, com o passar dos dias, começou a perder a noção do espaço e do tempo.

Nessa época, estava eu pelos trinta e poucos anos, duas filhas pequenas, a direção de uma escola enorme e de referência, muito pouco tempo em casa e o que havia era para realizar um sem número de diferentes tarefas. Não havia condições para lidar com uma pessoa de noventa anos a deambular pela casa às apalpadelas e a confundir os dias com as noites.

Início dos anos oitenta. Lares em Leiria? Onde? Lisboeta euzinha… toca de ir procurar coisa agradável lá para os meus sítios. Algés, sim. Perto de onde ela tinha vivido grande parte da sua vida em Portugal. Uma moradia, ali perto do Tejo. Quartinho de duas camas. Tudo bem cuidado. Sim. Pagava-se bem, mas que fazer?

Um baque no coração quando a vi sair de minha casa ao colo do meu marido…

A primeira vez que a visitei – a minha mãe é que ia lá mais amiúde – estava ali na sala, num sofá, no meio de outras velhas, tão velhinha, tão enrugada, tão pequenina (tinham-lhe cortado a trancinha que sempre lhe conhecera encarrapitada…) – ela que me criara com tanta determinação; ela que ainda me ajudara a criar a minha filha mais velha… Não me conheceu. Recusei, cobardemente, outras mais visitas.

A última vez que a vi viva, já não se levantava. E repetia, quase insanamente, «Mamã… Mamã… Mamã…»

Nem quero pensar.

Faria amanhã não sei quantos anos. Tenho ali um registo que diz que nasceu em 1895, mas os seus documentos verdadeiros perderam-se na Guerra Civil espanhola e, ela própria não se lembrava do ano do seu nascimento. Só do dia. 29 de Setembro.


(Do Jornal de Leiria)

terça-feira, 26 de setembro de 2017

September Song

Ainda me arrisco a deixar Setembro chegar ao fim sem publicar esta canção deliciosamente romântica sobre o mês em que as folhas das árvores se tornam amarelas, vermelhas, castanhas...

Jáa  publiquei  em vários Setembros, mas quando chega outro Setembro, não resisto e vou à procura de outras versões.

Hoje deixo-a na voz quente de Ella Fitzgerld.

E depois... outra vez com o Sinatra... com letra - que a letra é toda ela deliciosa.

(Quando nos começamos a repetir,e porque deve estar na hora de fecharmos o blog...

Sei não...)









segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Intertextualidades

Para introduzir umas sessões sobre Literatura Portuguesa que vou animar numa organização sénior, apresentei hoje a melodiosa «Cantiga Partindo-se», reunida no Cancioneiro de Resende,  da autoria de João Roiz de Castel-Branco, romântico trovador do século XV.


Senhora, partem tam tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

Tam tristes, tam saudosos,
tam doentes da partida,
tam cansados, tam chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.

 Partem tam tristes os tristes,
tam fora d’esperar bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.


A cantiga foi musicada e foi cantada por Adriano Correia de Oliveira, por Amália, pelo Quarteto 111, pelo Vitorino...

Porém deixo aqui uma versão de 1962 numa belíssima voz do fado de Coimbra. Espero que gostem.







Também Saramago lembrou o trovador com o poema «Lembrança de João Roiz de Castel-Branco»


Não os meus olhos, senhora, mas os vossos,
Eles são que partem às terras que não sei,
Onde memória de mim nunca passou,
Onde é escondido meu nome de segredo.

Se de trevas se fazem as distâncias,
E com elas saudades e ausências,
Olhos cegos me fiquem, e não mais
Que esperar do regresso a luz que foi.

(in Os Poemas Possíveis)

domingo, 24 de setembro de 2017

Exposição de animais

Foi já há algum tempo, mas vale sempre a pena recordar e mostrar. Visita à exposição e feira de animais na vetusta vila de Belmonte. 

Cães Serra da Estrela.











Ó p'ra mim tão bem acompanhada!...



Mochos, corujas e falcões

Coruja

Falcão

Falcões

Mocho

Outro mocho

E os garbosos cavalos






Claro que as minha preferências recaíram sobre os cães! Se bem que tenha gostado bastante da corujinha...

E para vós?

sábado, 23 de setembro de 2017

La Mer

Não obstante ter-se dado ontem ao início da noite o equinócio de outono, o tempo aqui em Leiria continua a ser de verão ameno durante o dia embora as noites sejam já algo frias - com mínimas de 9 -10 graus.

Hoje o mar estava lindo ali no Pedrogão e havia turistas de países da Europa lá de longe com as suas caravanas estacionadas sobre o mar, desfrutando o nosso belo Sol e a cor azul do nosso mar com aquele cheiro a maresia tão caraterístico  aqui do Oeste.






Não há como não lembrar a belíssima canção francesa...




sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Chegou o Outono

Em honra da estação que há pouco chegou, aqui fica esta belíssima Canção de Outono da grande poeta brasileira Cecília Meireles.

Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles
que não se levantarão...

Tu és folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...




quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Recordando Elis

Uma relíquia recebida por mail.  *Bar da Carmela, no Bexiga...*

Elis Regina era recém chegada de Porto Alegre, nos anos sessenta. Canta com Adoniran Barbosa,(1910-1982)  numa mesa do bar, uma música que ele acabara de compor para sua noiva IRACEMA que morrera atropelada em plena Avenida São João, uma semana antes do seu casamento.  Muita gente ignora que este samba nasceu do atropelamento da noiva de Adoniran.





E pela mesma dupla, quem não se lembra de «Tiro ao Álvaro», tema da novela Dona Xêpa?

Uma maravilha!





quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Lenda de Zarah, a Princesa Moura

Como furtar-me a tão belo e romântico desafio? 

Este vem da Catarina, que passou à Afrodite e esta à papoila e à Janita e agora é a minha vez de vos contar a lenda de Zarah, a Princesa Moura, que, em noites de luar, ainda anda se avista nas ameias do Castelo...



«Nos tempos já muito distantes do Rei Afonso, que do norte vinha para o Sul, conquistando terras e mais terras que estavam na posse da moirama, chegou ele às proximidades de Leiria cuja terra conquistou também.

Aqui construiu um castelo roqueiro, que entregou à guarda dos seus guerreiros, abalando à conquista de mais terras, a construir um Portugal maior.

Os mouros sabendo do castelo pouco guardado, voltaram e, após uma luta porfiada, venceram os guardas do castelo e tomaram-no.

Passou a ser por essa altura, seu guardião, um velho mouro que vivia com sua filha, uma linda moura de olhos esmeraldinos e louros cabelos entrançados, chamada Zara.

Um dia, já o sol se escondia no horizonte sob nuvens acobreadas, a linda moura, estava à janela do castelo voltada ao Arrabalde, a pentear os cabelos encanecidos de seu velho pai, quando viu ao longe uma coisa que lhe pareceu estranha, mesmo muito estranha.

Que viu a linda princesa castelã, de olhos verdes de esmeralda?

Viu o mato a deslocar-se de um lado para o outro e também em direção do castelo.

Foi então que a linda princesa castelã perguntou ao seu velho pai:

“Oh! Pai, o mato anda?” Ao que o pai da linda princesa, respondeu:

“Anda, sim, minha filha, se o levam.”

E o mato era levado, sim, mas pelos guerreiros cristãos do Rei Afonso, que se escondiam atrás de paveias de mato que cortaram e ajuntaram para avançarem para o castelo sem serem vistos.

E avançaram, avançaram cautelosamente, até que já próximo da porta chamada da traição, correram, passaram-na lestamente e conquistaram o castelo.

Nunca mais se soube da linda princesa de olhos verdes, nem de seu velho pai, que era o Governador, mas, a partir desse dia, Portugal ficou maior.»




terça-feira, 19 de setembro de 2017

É justo!

Aviso aos consumidores
encontrado algures
em França...



Que é como quem diz:

Pede-se aos que bebem para esquecer o favor de pagarem antes.
Obrigado. Cordialmente.
E depois:  à vossa!!

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Do Jornal de Letras

Gosto muito de ler o Jornal de Letras, embora não compre todos os seus números. Compro os que tratam temas que me interessam, normalmente  literatura, educação, boas entrevistas a escritores, textos de Guilherme de Oliveira Martins, de Manuel Halpern, recensões críticas de livros recentes.

Há mais de um mês que não comprava nenhum (de referir que se trata de uma publicação bimensal) Por isso decidi-me a comprar o desta quinzena apesar de falar mais dos filmes portugueses que pretendem retratar a crise económica dos últimos anos - temas que me são pouco interessantes.



Mas devo afirmar que se mais não aparecer da sua leitura, valeu apenas por duas razões:

  • a entrevista à escritora Filomena Marona Beja que anuncia o seu novo romance «Avenida do Príncipe Perfeito» (se nunca leram nada dela, é bom que comecem a fazê-lo)
  • uma frase inédita de Fernando Pessoa, retirada do livro O Teatro Estático que reproduz a obra do poeta relacionada com o teatro, e que diz só isto:

        "Não sei se isto é tristeza ou alegria, tão vaga e misteriosa é a suavidade doentia que sinto." 

O meu encantamento pela frase vem do facto de me ter remetido para aquele último terceto do soneto de Camões «Busque amor novas artes, novo engenho» que li no meu 5º ano do liceu (atual 9º) e que nunca mais esqueci e que diz: 



Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.


domingo, 17 de setembro de 2017

Coisas de antigamente

Não, não vou fazer concorrência ao excelente blog  Restos de Colecção. 

A questão é que fui ontem à festa do 20º aniversário do Museu Escolar de Marrazes, aqui em Leiria, que tem um acervo riquíssimo como já aqui mostrei e trouxe de lá mais umas recordações. 

Ora vejam:

Era numa como esta em que Fernando Pessoa escrevia


Eu usei uma pasta como esta na minha 1ª/2ª classe

Para as meninas aprenderem nas aulas de Lavores


Caderno de Desenho da Alumna Judith Augusta...


Prova de Calligraphia


Um caderno de problemas (ainda tive destes...?


Exame do 2º grau (4ª classe)




Uma Taboada


Uma Setecta Nacional de Litteratura Portugueza


Uma Grammatica Portugueza


Um Almanak Popular  do Anno de 1849


Uma foto de um Júri de Exames de 1932

Foto de uma classe de meninas com a sua professora s/ data


Muito interessante para se fazer História. Mas saudades... nenhumas!