quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Esteve cá uma ventania!

Esteve cá uma ventania!!

Foi todo o dia assim!



Um desassossego!...

Bom feriado!

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Já fez cem anos, o samba!

Na verdade muita gente já fazia samba nessa época. No entanto, os seus autores registavam as suas composições como lundus ou tangos carnavalescos, já que o samba era marginalizado, estava constantemente na mira da polícia e sujeito a ser extinto, conforme ocorreu com o maxixe, pois ambos eram apontados como uma dança lasciva, adotada por gente da ralé. Assim, Pelo Telefone foi o primeiro samba que alcançou sucesso numa época em que imperavam as polcas, valsas, tangos, modinhas, lundus e outros géneros.

O samba era praticado, em modalidades folclóricas, em várias regiões do Brasil. A influência das tias baianas no samba carioca foi importantíssimo, como no caso da lendária Tia Ciata, cozinheira e curandeira, moradora da Praça Onze de Junho: a sua casa era o ponto de encontro da comunidade baiana radicada no Rio.

Os versos de Pelo Telefone foram recolhidos na casa da Tia Ciata e registados por Donga (música) e Mauro de Almeida (letra) como samba-carnavalesco na Secção de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional em 27 de Novembro de 1916 e gravado no mês seguinte na Casa Edson, ganhando projeção nos coretos carnavalescos.




Então vamos aprender com o Mestre como fazer um samba...




domingo, 27 de novembro de 2016

Ganhando espaço...

A isto chama-se evolução! (ou não...) e parou em 2014. De então para cá, já houve decerto mais atualizações. 

Nem que fosse o Pokémon Go...





sábado, 26 de novembro de 2016

Opereta Alentejana

Muito divertida mas de qualidade esta «opereta alentejana» para ajudar a passar este tempo de estar em casa.




A dita opereta inicia-se com o Jorge de Palma ao piano a tocar a encantadora Ária para a 4ª Corda, de Bach, que é, desde que me lembro, a ária mais bonita, mais repousante, mais melodiosa que já ouvi.. 

Deixo-a aqui para o caso de se quererem maravilhar.





sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Nunca é de mais recordar


Estas memórias fui buscá-las ao Expresso. 25 de Novembro de 1975. Nunca é de mais recordar. E repisar...


«O 25 de Novembro de 1975 foi reduzido por quase todos os comentadores ao confronto entre democracia ocidental e totalitarismo soviético. Duas semanas antes, Mário Soares e Álvaro Cunhal tinham protagonizado o famoso debate na RTP do «Olhe que não, doutor...». Henry Kissinger, secretário de Estado de Nixon, tinha visto em Soares e em Cunhal émulos de Kerenski e de Lenine e previsto para Portugal o mesmo desfecho de 1917, na Rússia. Mas era, de facto, isso que estava em causa?


Entre 1974 e 1975 viveu-se um dos períodos mais ricos e agitados da História portuguesa recente. Um regime que parecia eterno caiu num só dia. Sem censura, sem polícia política e sem guerra colonial, o mundo parecia ao alcance da mão. (...)


 Cercado no Quartel do Carmo, a 25 de Abril de 1974, Marcello Caetano chamara Spínola «para o poder não cair na rua». 

 Um ano depois, os partidos não se entendiam. O Presidente da República, não eleito, era um polo de conspiração. Estava assinado um pacto entre o Movimento das Forças Armadas e os partidos. O Conselho da Revolução tutelava a produção legislativa. Nos círculos militares vivia-se um delicado equilíbrio. A Igreja virava à direita e amotinava o campo contra o comunismo. Até porque a hiperpolitizada vida de Lisboa aparecia como um universo estranho às populações rurais, cujo quotidiano pouco mudara com o 25 de Abril. (...)

No final do Verão Quente de 1975, os sectores básicos da economia estavam nacionalizados. Lisboa tinha, semana sim, semana não, grandes manifestações de moradores, trabalhadores, estudantes e soldados, às quais delegações da extrema-esquerda europeia davam um toque cosmopolita. No Norte havia bombas e arruaças contra as sedes do PCP e partidos mais à esquerda. Lá se dizia que Portugal só começava de Rio Maior para norte e que para baixo «era Moscovo». (...) 

Já Mário Soares tinha a apoiá-lo na famosa manifestação da Fonte Luminosa radicais da extrema-direita com quem não se sentaria à mesa. Os diversos poderes político-militares viviam um equilíbrio instável que não iria durar sempre. E a tentação totalitária não estava só do lado da esquerda. O revanchismo dos derrotados do 25 de Abril sonhava com um Pinochet português e o Estádio da Luz cheio de «comunas» para fuzilar...

Ao fim do dia 25 de Novembro de 1975, quando as forças afectas ao VI Governo Provisório neutralizaram as unidades militares contestatárias, houve choro e ranger de dentes dos dois lados. Mais à esquerda acusava-se o PCP de traição por não ter apoiado a resistência nas ruas. No extremo oposto do espectro amaldiçoava-se o major Melo Antunes quando este apareceu na TV a vincar que o PCP era indispensável à construção da democracia.

A 30 de Novembro, escrevia-se em «Le Monde»: «A revolução romântica, à 'Couraçado Potemkine', que há um ano incomodava a Europa e inquietava Washington, dissipou-se em 48 horas como uma nuvem de fumo. Alguma vez teria sido outra coisa?»




quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Todo o tempo é de poesia



Rómulo de Carvalho, cientista, professor de Ciências Físico-Químicas, escritor e historiador, nasceu em Lisboa no dia 24 de Novembro de 1906 - há exatamente 110 anos.




Mais conhecido como António Gedeão, pseudónimo sob o qual escreveu centenas de belíssimos poemas em muitos dos quais mistura a ciência com a leveza da poesia.

Veja-se.

Tempo de Poesia

Todo o tempo é de poesia

Desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.

Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia

Todo o tempo é de poesia

Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas que a amar se consagram.

Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.

Todo o tempo é de poesia.

Desde a arrumação ao caos
à confusão da harmonia.




(fotografias retiradas da página do facebook de Cristina Carvalho, filha de Rómulo de Carvalho, e também escritora, ela própria)

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Hoje vou dar-vos música

É isso. Hoje é dia de dar-vos música. Da boa. Ora escutem - são só quatro minutos e ficam a saber tudo...



segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Dias do Desassossego

Nós somos bons é a escrever. Aquele dito de sermos «um país de poetas» é bem certo. E não é por causa dos versos escritos por uns e outros. Somos um país de escritores excelentes, daqueles que ficam inscritos nos manuais de Literatura, daqueles que escrevem obras literárias.

O mês de Novembro é sinónimo de Sophia de Mello Breyner, de Manuel António Pina, Alves Redol, Mário Dionísio, Saramago, Fernando Pessoa… São estes dois últimos, Saramago (que nasceu a 16 de Novembro) e Pessoa (que morreu a 30 de Novembro) que dão corpo aos Dias do Desassossego em Lisboa.

De facto, quer um quer o outro foram um verdadeiro desassossego em termos literários (e não só) por isso a Casa Fernando Pessoa e a Fundação Saramago acertaram-se e, conjuntamente promoveram um enorme cartaz cultural que se desenvolve na cidade de Lisboa entre essas duas datas simbólicas. São leituras, passeios literários, exposições, poesia dita, música, representações teatrais e arte urbana que têm atraído cada vez mais (este ano assistimos já à 4ª edição desta iniciativa) interessados nacionais como visitantes estrangeiros que chegam a Lisboa com a indicação de visitarem a Casa dos Bicos – sede da Fundação Saramago – bem como a Casa de Fernando Pessoa.

O nome do evento decorre, naturalmente, do título do famoso Livro do Desassossego do semi-heterónimo de Pessoa, Bernardo Soares. Por outro lado, o nosso Nobel da Literatura dizia «vivo desassossegado, escrevo para desassossegar».


Para quem puder e quiser, aqui fica o programa – ainda se vai a tempo..



domingo, 20 de novembro de 2016

Enquanto a chuva cai




A chuva cai. O ar fica mole...
Indistinto... ambarino... gris...
E no monótono matiz
Da névoa enovelada bole
A folhagem como o bailar.

Torvelinhai, torrentes do ar!

Cantai, ó bátega chorosa,
As velhas árias funerais.
Minh'alma sofre e sonha e goza
À cantilena dos beirais.
Meu coração está sedento
De tão ardido pelo pranto.
Dai um brando acompanhamento
À canção do meu desencanto.

Volúpia dos abandonados...
Dos sós... - ouvir a água escorrer,
Lavando o tédio dos telhados
Que se sentem envelhecer...

Ó caro ruído embalador,
Terno como a canção das amas!
Canta as baladas que mais amas, 
Para embalar a minha dor!

A chuva cai. A chuva aumenta.
Cai, benfazeja, a bom cair!
Contenta as árvores! Contenta
As sementes que vão abrir!

Eu te bendigo, água que inundas!
Ó água amiga das raízes,
Que na mudez das terras fundas
Às vezes são tão infelizes!

E eu te amo! Quer quando fustigas
Ao sopro mau dos vendavais
As grandes árvores antigas, 
Quer quando mansamente cais.

É que na tua voz selvagem,
Voz de cortante, álgida mágoa,
Aprendi na cidade a ouvir
Como um eco que vem na aragem
A estrugir, rugir e mugir,
O lamento das quedas-d'água!



(Manuel Bandeira)

sábado, 19 de novembro de 2016

O 1º Sol de Inverno

A minha mãe dizia que «não havia sábado sem Sol, domingo sem missa nem segunda sem preguiça». De facto,  a manhã de hoje, sábado, brindou-nos com um lindo Sol, mas de tal modo emoldurado por um ventinho frio que não o deixava aquecer o ar. O primeiro sol de inverno deste ano

E aí veio-me à mente o verso «como o sol de Inverno, não tenho calor» - Simone, nos idos de 60. Belo slow. Belo poema. 

Vamos recordar?




sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Moda ou sujeição?

Sempre que foi preciso facilmente encontrei camisolas – agora chamadas básicas – de golinha alta para os miúdos usarem por baixo das camisas, das camisolas – agora chamadas sweats – ou dos casacos, para irem mais aconchegados para a escola.
Este outono, já corri todas as lojas desde as franchising tipo Zara, Benneton, Tiffosi,  Mo, etc. e tal, até às do chamado comércio tradicional onde as respetivas empregadas – agora diz-se colaboradoras – põem os olhos em alvo, como se não soubessem do que falo e dizem «Não temos.»; «Este ano, não se usam.»; «Sabe: fazem muito calor aos miúdos e eles constipam-se…»

Quer queiramos, quer não, temos de vestir aquilo que os ditos prontos-a-vestir mandam e, mesmo que desejemos manter o nosso estilo, os nossos gostos, as nossas formas de conforto, dificilmente o conseguimos porque as roupas e os chamados assessórios são exatamente iguais em tudo quanto é loja.

Eu que, por gosto próprio, raramente uso calças, andei, nos últimos cinco ou dez anos, a fazer figura de parva a perguntar por saias aí pelas lojas e a ver o ar de pena ou condescendência ou sei lá de quê das empregadas, que agora se chamam colaboradoras, para cima de mim como se eu fosse uma extraterrestre ou perguntasse por uma peça do século XIII. Saias! Que disparate! Agora saias!...

Eu cá gosto da moda e das modas, mas, por favor, dêem-me algum espaço de liberdade! Gosto especialmente de fazer a minha vontade e de me sentir confortável com o que visto. Não sou, nem pouco mais ou menos, escrava da moda.

Tive um colega na Faculdade, nos idos de 60, a quem chamávamos «o pusilânime» porque aplicava essa palavra a tudo e a todos – que dizia que em Letras os rapazes teriam mais saída junto dos professores porque eram poucos, enquanto as raparigas eram muitas e eram todas iguais: os mesmos penteados, as mesmas roupas, o mesmo estilo. Teria alguma razão. Imagino o que ele pensará hoje com as lojas a exibirem tudo igual – cores, cortes, modelos, padrões – e sem o hábito que se perdeu de ter uma costureira, uma modista de confiança que nos talhe e costure modelos a nosso gosto.

A propósito, já leram o livro «O Tempo entre Costuras» da espanhola Maria Dueñas? É interessante: passa-se no tempo da Guerra Civil de Espanha, mas lê-se muito bem e sem grandes exigências literárias. Não sou grande admiradora de best-sellers, mas gostei de ler este.




quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O susto!



(que é como quem diz: «Tem calma, parvo. Esse não é o meu marido. Sou eu antes da operação.»)


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Insultos

Os órgãos de comunicação e as redes sociais não se cansaram de divulgar ontem o insulto que uma senhora Pamela qualquer (não, não é essa das mamas grandes das Marés Vivas – é outra que deve ter os miolos ainda mais pequeninos do que os da nadadora-salvadora da série) decerto uma das tantas apoiantes de Trump, escreveu no facebook:  “Vai ser tão revigorante ter uma primeira-dama elegante, bonita, digna primeira-dama de volta à Casa Branca. Estou farta de ver um macaco de saltos altos”.

Não é preciso acrescentar mais nada, pois não?! Esta é uma pequeníssima amostra do estilo de pessoas – não vou chamar-lhes “macacos” porque isso poderia parecer um enorme insulto aos pobres símios – que apoiaram e votaram naquele homenzinho de melena oxigenada que se tornou no próximo presidente dos Estados Unidos.

A propósito, transcrevo um texto do passado dia 10 que li no blog Aspirina B e que considero muito bom para o caso de o quererem ler.

United Deplorables of America

«Os EUA escolheram ser governados por quem se gaba de fugir aos impostos, ser trapaceiro nos negócios, prejudicar minorias, reduzir as mulheres à condição de fêmeas à disposição do macho e mentir sistematicamente. Podemos concluir com algum grau de certeza que a escolha não foi feita apesar destas características mas por causa delas. A explicação, como já disse o Eduardo Lourenço, está na televisão.

Tal como num outro país numa galáxia distante onde também uma super-vedeta da televisão foi escolhida como presidente principalmente por causa do seu poder mediático, o que a levou a manter esse estatuto quase até ao período eleitoral e a ter feito uma campanha despolitizada e despolitizante de forma a usar a sua fama para levar a luta eleitoral para o terreno da popularidade, assim nos EUA uma vedeta mediática de primeira grandeza entregou-se a um exercício donde sairia sempre vencedora, especialmente se perdesse as eleições ou nem sequer fosse nomeada candidata. O que tinha a fazer era só aparecer no circo da política a fazer o que já estava fartinha de fazer no circo do show business: dar espectáculo. Um tipo de espectáculo que há décadas, séculos e milénios tem ubíqua prática, e que podemos ver perto de nós na sua industrialização máxima com as seitas religiosa de bandeira cristã. O discurso dos pregadores obedece a esquemas testados com milhões de pessoas e apenas tem de se ser adaptado a outro conteúdo caso se pretenda usar a fórmula para obter uma audiência no campo político. Foi isso que fez Trump, usando uma retórica maniqueísta e alucinada onde o ódio foi instrumental para o tipo de marketing em causa. A iliteracia e alienação cívica da plateia que se formou para assistir ao seu número alimenta-se de fantasias para consumo imediato, seja um mar que se abre para fugir aos egípcios ou um muro que se levanta para fugir dos mexicanos. Porém, ao contrário de Hitler e quejandos, em Trump não há um pingo de ideologia, antes tudo se limitando ao simulacro, oportunismo e fruição. Ou seja, tudo se oferecendo à descodificação pelos instrumentos cognitivos do seu público, um público que em vez de um político a quem responsabilizamos pelos seus actos e palavras estava mesmo interessado em continuar a ver um palhaço na TV que tem licença para brincar aos racistas, xenófobos, misóginos, tiranos e crápulas. Porque nele tudo é simples, divertido, de final feliz e com repetição garantida semana a semana.

Estas eleições serão estudadas durante anos. Há tantos pontos de vista à disposição quantas as cabeças interessadas em explicar um fenómeno verdadeiramente maravilhoso. Algo equivalente a termos visto Roma invadida pelos bárbaros. Só que aqui a barbárie nasceu da civilização, da democracia, da liberdade, do voto. Essa a maravilha das maravilhas, pois a nação de Lincoln e de Roosevelt tem todo o direito a inscrever Trump na sua História como representante de um certo tempo e de um certo modo de conceber a comunidade. Trump não é menos legítimo do que Obama. E não é mais legítimo do que quem lhe suceder, quem sabe se já daqui por 4 anos ou menos.

Correu tudo ao contrário do que os Democratas esperaram: a sua celebrada máquina no terreno foi incrivelmente insuficiente, os afro-americanos não se preocuparam em garantir o legado de Obama, os hispânicos não se assustaram com Trump, e as mulheres americanas talvez gostem de tipos com a pinta e os modos dos patos-bravos. Para além disso, a operação russa através do Wikileaks e, em especial, a golpada do FBI mostram que foi preciso reunir este mundo e o outro para derrotar Hillary.»



terça-feira, 15 de novembro de 2016

Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa

O vídeo da comemoração da efeméride que hoje aqui fica realizou-se lá na "minha" escola e trago-a aqui porque sinto imenso orgulho no facto daquela escola ser, desde os anos 90 uma das escolas de referência para educação bilingue de alunos surdos da zona centro. 

Orgulho-me (passe a imodéstia) de ter sido muito por decisão, determinação e trabalho do meu conselho executivo e por força e conhecimentos da professora de Educação Especial dos alunos surdos que esta valência ali se implantou e se tem desenvolvido até aos dias de hoje. Conta com três professoras especializada em deficiência auditiva, três professores de LGP, dois intérpretes de LGP e duas terapeutas da fala que trabalham com pequenas turmas de alunos com deficiência auditiva desde o pré-escolar até ao 9º ano.

Parabéns a todos eles: professores, técnicos e alunos.

Vale a pena perder três minutos a ver o filme.




segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A Super Lua

Então hoje foi dia de observarmos uma Super Lua! 

Desde 1948 (foi no ano em que nasci e não me lembro nada...) que não se via uma Lua assim e só voltaremos a vê-la lá para 2034 (oh no! not me...)

Como não tenho máquinas com capacidade para captar uma Super Lua desta dimensão, socorri-me das mais belas fotos que encontrei no facebook.

(foto do site da CM de Lisboa)

(foto do as-nunes)

(foto da manu)

(foto do Rui Pascoal)

(foto do António Sequeira)
E porque a Lua está intimamente ligada à poesia, deixo aqui dois poemas muito diferentes de poetas lusos - também eles muito diferentes.


À Luz da Lua!
Iamos sós pela floresta amiga,
Onde em perfumes o luar se evola,
Olhando os céus, modesta rapariga!
Como as crianças ao sair da escola.

Em teus olhos dormentes de fadiga,
Meio cerrados como o olhar da rola,
Eu ia lendo essa ballada antiga
D'uns noivos mortos ao cingir da estola...

A Lua-a-Branca, que é tua avozinha,
Cobria com os seus os teus cabellos
E dava-te um aspeto de velhinha!

Que linda eras, o luar que o diga!
E eu compondo estes versos, tu a lel-os,
E ambos scismando na floresta amiga...

António Nobre, in 'Só'



Noite Luarenta

Noite luarenta
Noite a luarar
Noite tão sangrenta
Noite a dar a dar

Na chaminé da planície
a solidão a cismar
na chaminé da planície
noite luarenta a dar a dar

Noite luarenta
noite de mistério
noite tão sangrenta
solidão cemitério

Na chaminé da planície
o Alentejo a solidar
noite luarenta que o visse
noite luarenta a dar a dar

Noite luarenta
noite luarol
na chaminé da planície
o temor e o tremor
O cavalo a luarar
a lua a fazer meiguice
noite luarenta a luarar
noite luarenta a luarice.

António Gancho, in 'O Ar da Manhã'

Que esta Super Lua nos traga Sorte! 

domingo, 13 de novembro de 2016

«You make me feel brand new»

E depois de tanto falarmos ontem em música e em gostos, hoje deixo-vos com uma daquelas de que eu gosto.

Espero que possa ser do vosso agrado e que possa servir para encararem a semana com otimismo. 

Nada como uma canção de amor para ficarmos bem dispostos...




Boa semana!

sábado, 12 de novembro de 2016

Como a formiga «vou em sentido contrário»...

Não sei o que pensar de mim nestas alturas. Sinto-me ao contrário de toda a gente e o pior é que nem me importo nada. Assim mais ou menos como «a formiga no carreiro» [quando] «ia em sentido contrário»…

Isto a propósito da morte do cantor Leonard Cohen. Xi!!! O que aí vai de tristeza e de lamentos pelo passamento do senhor. Atenção: não estou a criticar! Era só o que mais faltava, não tenho – nem eu nem ninguém – esse direito. De «morreu o pai», ou «até hoje nunca entendi o que era chorar por um cantor», li de tudo no facebook  A questão é que – tal como como com o Dylan – nunca me atraiu, nunca me «disse nada». Não gosto de baladas – é só! (Quando falo em baladas, lembro-me sempre de uma das edições do extraordinário Zip-Zip, nos anos de 69 do século passado, em que o inimitável Raul Solnado “cantava” uma balada “cheia de significado” que dizia: «a minha linha, a tua linha, a nossa linha não alinha…» E é isto que eu sinto em relação à baladas.




Também desse tempo relembro muitas vezes, as declarações do então (e sempre) irreverente Miguel Graça Moura, cultíssimo maestro português, quando lhe perguntaram o que achava ele da renovação da música (ligeira, popular) portuguesa, ele respondeu apenas: «Olhe, eu estou-me nas tintas para a renovação da música portuguesa!» Ó como rejubilei (eu, púbere menina) com essa declaração!

Da mesma forma, quando foi a moda dos Madredeus nos anos 80/90, eu dizia muitas vezes que devia ser a única pessoa em Portugal que não gostava de os ouvir. Uma vez, vieram atuar aqui ao Mosteiro da Batalha e, naturalmente, despovoou-se Leiria para os ir ver atuar. Nós também fomos. Foi numa noite de Inverno em que chovia copiosamente: fizemos o caminho debaixo de uma verdadeira tromba de água e, do estacionamento até ao Mosteiro, apanhámos uma valente molha. À época, andava eu “carregada” de antidepressivos… Começou os espetáculo e aquela lindíssima, finíssima, cristalina voz da Teresa Salgueiro a ecoar pelos claustros naquela toada que se situava ali entre o fado e a balada… bom, nem queiram saber: adormeci que nem um anjo encostada ao sobretudo (húmido, mas quentinho) do meu amigo ZF e foi um regalo!

Já para não falar do fado – que desde há uns anitos para cá subiu de categoria e, mesmo assim (ou até também por isso, sei lá!) não consegue entrar nos meus gostos.


(Sempre –  Ai de mim! – como a formiga no carreiro mas em sentido contrário.)


(daqui)

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Da arrogância

Andava hoje lá pelo shopping. Olhou para mim, muito séria e algo sobranceira. Esperava decerto que a cumprimentasse, mas realmente não o fiz.

Num relance voltei a vê-la séria, algo sobranceira, mas muito tímida, na aula, sentada lá atrás. Pouco à vontade, algo insegura – bastante insegura. E sempre aquele olhar sério, constante, sem pontinha de desvio.

Sabemos que muita da arrogância, da sobranceria que muitas pessoas atiram sobre os outros tem, como contraponto, muito de timidez, de insegurança. Só que o outro não tem obrigatoriamente de fazer esse exercício de compreensão, especialmente se já não se tratar de uma criança.

Sei que cresceu dentro de um casulo familiar que teve uma rápida ascensão económica o que cedinho os fez ganhar “estatuto” dentro desta sociedade fechada, pequeno burguesa de pequena cidade de província, com todos os “tiques de rico” que lhe estão associados.

As viagens, as marcas dos carros, das roupas, dos saltos altos, dos cuidados pessoais provocam uma enorme mudança e tudo isso suporta, alimenta, anima os ares sobranceiros, altivos, direi mesmo arrogantes – aconteceu com a mãe, minha ex-colega, e ela seguiu-lhe de perto as pisadas.

Eu, porém, continuo a perscrutar nela uma certa timidez, uma certa insegurança por detrás daquela sobranceria. Olhou-me ainda outra vez a ver se lhe falava. Mas não o fiz. Ela é que deveria falar-me.

(Que me seja desculpado se, na minha juventude, alguma vez, inadvertidamente, ousei mostrar-me assim altiva ou arrogante para cima de alguém – eu que sempre tive um fundo tão tímido, por vezes, tão inseguro.)




quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Ganda alentejano!

Porque rir é o melhor remédio, aqui fica...

Um francês, um americano e um Alentejano conversam entre eles.

Diz o Americano: 

- Na América temos um porta-aviões que transporta 1000 aviões.

Diz o francês: 

- Na França temos um hotel que acomoda 20 000 pessoas.

Diz o Alentejano: 

- Eu tenho uma pila onde cabem 200 passarinhos empoleirados.

Passado um bocado diz o americano: 

- Eu exagerei ... O porta aviões só leva 150 aviões!

Diz o francês: 

- Eu também exagerei, o hotel só dá para 1000 Pessoas!

Diz o Alentejano: - 

Eu confesso que também exagerei um bocadinho .......
O último pássaro já fica com uma patita de fora .....





quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Uma mão cheia de lugares comuns

O Sr. Trump ganhou as eleições para a presidência dos Estados Unidos da América.

Depois de uma campanha eleitoral vergonhosa em que debitou toda a espécie de baboseiras e vilanias, o Sr. Trump ganhou as eleições para a presidência dos Estados Unidos da América.

Não aprendemos nada com a História (do século XX).

Num estado democrático o povo é soberano.

O povo é quem mais ordena. (Será?)

A democracia é o pior de todos os sistemas políticos com exceção dos outros todos.

Peace and love! Paz e amor!

Último, mas não por último: os americanos lá aguentaram ter um presidente preto. Mas uma mulher? Depois de um presidente preto? Não. Seria de mais!




terça-feira, 8 de novembro de 2016

Os Direitos do Blogger




Deu-me para isto, podia ter-me dado para pior…

Influenciada pelos Direitos do Leitor do Pennac (ali em cima) ;
Porque redigi tantos regulamentos lá para a “minha” escola;
E depois de ter ouvido tantas e tão diversas opiniões sobre os blogs no nosso último encontro;

Deu-me para apontar

Os Direitos do Blogger.

Todo o blogger tem direito a:

  1. Gerir o seu blog de acordo com a sua vontade e maneira de ser sem disso ter de sentir forçado a prestar contas a nenhum dos seus leitores;
  2. Fazer publicações as vezes que entender ou sentir necessidade, versando os assuntos que lhe aprouverem;
  3. Responder sempre ou apenas quando achar relevante, ou mesmo nunca responder aos comentários às suas publicações;
  4. Moderar ou mesmo impossibilitar a realização de comentários às suas publicações, (mesmo que isso possa traduzir-se em desinteresse por ser visitado);
  5. Impedir ou permitir, sem que isso o contrarie, que copiem livremente textos ou imagens por si publicados;
  6. Visitar blogs de seguidores, ou outros, quando assim o entender, sem se sentir forçado a uma espécie de fidelização;
  7. Comentar ou não comentar as publicações em blogs que visita;
  8. Não ser questionado sobre as suas decisões, comentários noutros blogs (desde que obedeçam às regras básicas da boa educação) bem como sobre as suas ausências;
  9. Não se sentir pressionado pelo princípio “se não me visitas, não te visito”, “se não me comentas, não te comento”;
  10. Deixar de ser blogger quando assim o entender.


(Ah! E mais um: «Todo o blogger tem o direito de fazer exatamente o contrário do que aqui fica definido…»)  Eh eh eh…

domingo, 6 de novembro de 2016

As cores do Outono

Hoje convido-vos a um breve passeio por terras de Ontário para apreciarem as belas cores do Outono canadiano. 




















(fotos recebidas da minha amiga Susie em Oakland)