domingo, 31 de julho de 2016

sábado, 30 de julho de 2016

O gato é ingrato?




E é o que mais me custa quando vou de férias - deixar as minhas gatinhas por cá (se bem que cuidadas) sem mim...



sexta-feira, 29 de julho de 2016

Merry Christmas!!



Calma! Não variei... (ainda...) Venho apenas aqui apenas dizer que «declaro aberta a época das compras de Natal»!!

Comprei hoje as duas primeiras prendas para oferecer no Natal. Aproveito sempre os saldos de Verão para ver coisas lindas e em conta para oferecer aos amigos... 

Isto é o que se chama planeamento.... (gaba-te, cesto...)  

quinta-feira, 28 de julho de 2016

O ranking das alturas

«Deixava a camisa numa guarita abandonada, e atirava-se em cuecas para a água das docas.
Todos reparavam que tinha estilo a nadar. Aprendera na Colónia Infantil d’O Século. Colónia Balnear.
Ia-se pôr e tirar o adesivo da tuberculina. Cortava-se o cabelo rente e, à partida de Alcântara-Mar, recebia-se um chapéu de palha. Aumentava-se de peso. Voltava-se com a última areia nas bainhas dos calções.
Verão-a-Verão, tinham-lhe cabido aquelas semanas. Repletas, desarticuladas dos acanhamentos do resto do ano. Era a mãe quem o inscrevia.

(Filomena Marona Beja “A Sopa”, Âmbar, Porto, 2004, p. 48)


(Colónia Balnear O Século, no Estoril)


(Crianças de Nisa e de Montalvão na Colónia Balnear O Século, 1959 - 1960)
(daqui)

Tanto espanto pelo facto de os portugueses estarem posicionados no top 10 dos que mais cresceram nos últimos cem anos!

Diz a notícia que «entre 1914 e 2014, num século e quatro gerações, mulheres e homens portugueses esticaram em altura Eles cresceram 13,9 centímetros: de 159 para 172,9 – é esta a altura média dos portugueses com 30 anos em 2014.» E «elas chegaram aos 163 centímetros, mais 12,5 centímetros, quando, em 1914, a média rondava 1,50 metros.»


Tivéssemos nós cuidados básicos de saúde e a possibilidade de nos alimentarmos minimamente bem e em quantidade;

tivéssemos nós condições de vida paralelas às dos países europeus que conseguiram livrar-se da alçada das amarras da Igreja Católica com o seu braço armado da Inquisição e do clericalismo salazarista;

tivessem as crianças a possibilidade de irem à escola em vez de, aos seis/sete anos irem trabalhar para os campos ou servir – servir, de servidão – para as casas dos "senhores";

tivéssemos nós uma rede – mínima que fosse – de hospitais e de escolas;

tivéssemos nós sido tratados como cidadãos, pessoas, e não como animais de carga vergados sob o jugo do dinheiro e do poder ditatorial;

e decerto não estaríamos agora tão “orgulhosos” da nossa (pobre) posição no ranking das alturas…

(Cá por mim, estou muito bem posicionada: meço 1,64 desde os tempos do Liceu… )


quarta-feira, 27 de julho de 2016

Divirta-se enquanto espera

Não atravesse com o vermelho! Cuidado!
Divirta-se enquanto espera pelo verde. 
E, já agora, veja como funciona.

É mesmo aqui em Lisboa!




terça-feira, 26 de julho de 2016

Pokémon(s)

A moda nasceu já na segunda metade de Julho (há meia dúzia de dias) e, num ápice, ficou tudo louco! Lá onde estávamos, houve famílias que largaram a simpática praia, a espaçosa e confortável piscina, os banhos de Sol e de mar para andarem de carro, feitos loucos, Algarve abaixo, Algarve acima, para apanharem um ou outro, o máximo de Pokémon(s)...

Eu cá, com as minhas calmas e sem me cansar nada, nem ter sequer baixado a aplicação para o telemóvel, encontrei este... Que vos parece? ...




segunda-feira, 25 de julho de 2016

Um pouco de saudade

Apareceu-me no facebook e bateu cá uma saudade!

Os bons anos 60. Que tempos! Que quimera de vida!




domingo, 24 de julho de 2016

Um pouco de História faz sempre bem

(Av.ª 24 de Julho, em Lisboa)

Hoje é dia 24 de Julho. Sabemos que uma das avenidas mais importantes da cidade de Lisboa tem esse nome: Avenida 24 de Julho. Corre paralela ao Rio Tejo e à linha de Cascais desde o Cais do Sodré até Alcântara.

A data que essa larga e longa artéria da capital celebra tem a ver com a Guerra Civil que se viveu o nosso país entre os anos de 1828 e 1834 que opôs os irmãos D. Pedro IV, liberal, e D. Miguel, absolutista, filhos de D. João VI e de D. Carlota Joaquina que, mercê das invasões francesas, mudaram temporariamente a capital do reino para o Brasil.

Foi exatamente no dia 24 de Julho de 1833 que as tropas liberais leais a D. Pedro,comandadas pelo Duque da Terceira, entraram em Lisboa. Vindos do Algarve onde desembarcaram oriundos do Porto, atravessaram o Alentejo e, no dia anterior, dia 23 de Julho, derrotaram ainda em Almada as tropas miguelistas.

Quando chegaram a Lisboa não tiveram de recorrer à violência porque as forças apoiantes do rei D. Miguel tinham-se posto em fuga de madrugada. Assim libertaram a cidade do jugo dos absolutistas.


No ano seguinte, 1834, deu-se a completa libertação do país, tendo D. Miguel renunciado ao trono e sido enviado para o exílio em Viena de Áustria, condições que lhe foram impostas pela Convenção de Évora-Monte.

sábado, 23 de julho de 2016

De volta a casa

Hoje, de volta a casa, Alentejo acima. 
Aquela intensa imensidão amarela, azinheiras torcidas ao sol, o verde redondo dos pinheiros mansos, campos de arroz alagados em verde vivo.
E a presença constante dos aloendros. 



A beleza acústica da palavra - aloendro - a lembrar-me a leveza do poema «Canto Franciscano» do inesquecível Ary dos Santos tão bem cantado pelo Tordo.

«Por onde passaste tu
que me ficaste cá dentro
tenaz do fogo divino
irmão pinho ou aloendro?
Por onde passaste tu
que me ficaste cá dentro?»

Corria o ano de 72. As (poucas) maravilhas que nos eram permitidas à época.




O poema completo (de uma beleza de veludo...)

Por onde passaste tu
que não soubeste passar?
Pela sandália do tempo
pelo cílio do luar
pelo cílio do vento
pelo tímpano do mar?
Por onde passaste tu
que não soubeste passar?

Por onde passaste tu
que me ficaste cá dentro
tenaz do fogo divino
irmão pinho ou aloendro?
Por onde passaste tu
que me ficaste cá dentro?

Pois bem: nos campos da fome
ou nos caminhos do frio
se eu encontrasse o teu nome
lançava-te o desafio:
por onde passaste tu
pétala viva dos cerdos
rei das chagas e dos podres
- por onde passaste tu
não passaram as minhas dores!

Nasci da mãe que não tive
do pai que nunca terei
e aquilo que sobrevive
é o irmão que não sei:
uma espécie de fogueira
de corpo que me deslumbra.
Tudo o mais à minha beira
é uma réstia de sombra.
- Por onde passaste tu
com artelhos de penumbra?

Eis-me. Eis-me incendiado
por não saber perdoar.
Meu irmão passa de lado
- Eu sei como hei-de passar.



quinta-feira, 21 de julho de 2016

Para que não restem dúvidas...

Para evitar confusões trágicas...aquele fatinho de banho verde água ali atrás não é o meu. É da minha filha mais velha com menos 27 anos e menos uns bons centímetros de cintura do que eu...

O meu é mais escuro e... mais amplo...

Se não, vejam:





Diferenças substanciais...

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Estilos...

Aqui dá para tudo...

Para dançar o zumba... Vejam aí o meu Zezito na primeira linha todo entusiasmado.



As meninas preferem dedicar-se à leitura.




O Eduardo é mais jogar à bola!



Uma rica vida!!

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Filme mudo...

Melhor que ir ao cinema! O melhor filme mudo a que assisti desde o tempo do Museu do Cinema do António Lopes Ribeiro...



Muito bem!!

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Férias!


Amanhã, Senhora da Rocha, aí vamos nós!!

Mas não sem antes deixar aqui três apontamentos dignos do pior espanto:

Durão Barroso, um dos … ia dizer «criminosos», mas retrocedo: um daqueles quatro senhores que se reuniram nos Açores (onde o simpático português serviu os cafés) e que  afinal se enganaram sobre a existência de armas maciças no Iraque, mas sem consequências de maior a não ser a destruição do país e o rebentamento de uma guerra que mais cedo ou mais tarde irá subverter a Europa… pois então esse senhor foi nomeado para presidente não-executivo da Goldman Sachs.
Afinal o crime compensa!

O ministro da Educação do anterior governo, aquele senhor (C)rato, que inventou aquele termo que agora até lhe assenta tão bem, o «eduquês», vai servir de testemunha a favor dos colégios privados contra o ministério. No mínimo, bizarro!

(o último mas nem por isso o menos chocante) para quem aprecia rankings, fique a saber que, no grupo dos 35 países da OCDE, Portugal está a oito lugares do final da lista em termos de salários mais baixos.

Fiquem bem, caros amigos. Voltarei com mais picos de roseira brava…



quinta-feira, 7 de julho de 2016

Desta noite não passas!

(daqui)

A empregada africana de 19 aninhos, chorando convulsivamente, chega à sala de estar com a mala de viagem na mão e despede-se da patroa que, muito intrigada, lhe perguntou:

- Carmélia, que se passa…? Para onde vai?

- Prá junto di minha família, Dona Fror, prá mórrér junto di meus!...

- Mas… o que aconteceu, querida?

- Óh Dona Fro, a sinhora fala sémpre qui seu marido é issilente médico e nunca errou uns dignóstico ná vida...

- Pois é… É verdade… Normalmente, ele nunca se engana no diagnóstico... Mas, o que tem isso a ver com a sua saída de casa?

- Então Dona Fror, é qui o Dr. hoje pela manhã, antes di ir embora, apalpou-me bem todo o meu corpo  encustou o zouvido no meu peito e dissi-mi muito sério:

-  DESTA NOITI TU NUM PASSAS !!!

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Despedidas

Desde muito, mesmo muito pequenina, que me afligem as despedidas. Nem é bom lembrar o que eu chorava quando tinha de me despedir dos meus avós maternos com que vivi praticamente até aos dez anos, quando, por força das circunstâncias, tinha de ir para casa dos meus pais. (Mal sabia eu que teria de me despedir tão cedo e até sempre dos meus mais próximos. Mas isso é outra história.)

Paradoxalmente, porém, e por razões sentimentais imbricadas no fundo da minha adolescência, guardo na memória uma quantidade de canções de despedidas que ainda hoje me dão muito prazer em ouvir.

Uma delas, dos inícios de 60, é a canção «Dear John» na voz clara de Pat Boone (alguém se lembra desse nome?). A versão original, no estilo country, é de 1953 nas vozes de Jean Shepard e de Ferlin Husky. Mas "o meu Dear John" é mesmo na interpretação de Pat Boone.

Depois, deixo aqui também a memória de «Crying time», 1966,  na voz única de Ray Charles.

Dois estilos muito diferentes, mas...  até sei  qual  e o vosso preferido.









terça-feira, 5 de julho de 2016

Da nossa pequenez



As rosas amo dos jardins de Adónis,
Essas volucres amo, Lídia, rosas,
        Que em o dia em que nascem,
        Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o Sol, e acabam
        Antes que Apolo deixe
        O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia ,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
        Que há noite antes e após
        O pouco que duramos.


(ODES de Ricardo Reis, Edições Ática, 1970, pág. 34)




(rosinhas do meu nano-mini-micro-jardim)

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Uma imagem que vale por mil palavras

É sabido que não resisto a um bom pedaço de boa prosa. Se for um bom texto literário, então é o delírio, mas um texto argumentativo de qualidade (e que vá de encontro ao que eu penso) também me é muito grato.

A quem me dissesse há uns bons dez anos atrás que me seria tão agradável ouvir e ler José Pacheco Pereira, teria de responder que estava a sonhar. O facto é que, desde que a pessoa em causa deixou de se apresentar em modo de político partidário e passou a representar o sociólogo, o historiador, o grande estudioso da arte política, mostrou o seu real valor que admiro.

O texto que escreveu no Público subordinado ao tema «Uma imagem que vale por mil palavras» e que hoje refiro e trago aqui é bem prova do que atrás ficou dito. Uma crítica mordaz e profunda ao “neo-PSD” e ao seu recente documento «222 Propostas Social-Democratas, um guião para um “verdadeiro programa nacional de reformas”, de autoria do Grupo Parlamentar do PSD», mais especificamente à imagem da capa do dito documento.

O texto é por de mais longo pelo que não o transcrevo na íntegra, mas quem se interessar pode aceder-lhe pelo link. De notar a crítica profunda, bem como a subtil ironia que a traduz.





(…) «Trata-se de uma imagem desprovida de conteúdo político explícito e especialmente de conteúdo político social-democrata, mas densa de ideologia e espiritualidade. A ideologia é má e a espiritualidade é banal e “new age”, mas é o que é. A imagem é um tratado sobre a mentalidade, sobre um certo autodidactismo que se sobrepõe à formação académica ou à falta dela e, principalmente, fala-nos sobre os mecanismos de representação do mundo, e do desejo de o atravessar com sucesso, da actual direcção do PSD. É também uma imagem que revela a “cultura” do consumidor da Internet, via Facebook e “redes sociais”. (…)

Que imagem é esta de que de certeza o leitor nunca ouviu falar? Da capa da edição em papel de 222 Propostas Social-Democratas, um guião para um “verdadeiro programa nacional de reformas”, de autoria do Grupo Parlamentar do PSD. Uma espécie de programa do governo, apresentado sobre as cinzas do célebre guião de copy-paste de Portas e que se pretende contrapor ao Plano Nacional de Reformas do PS, o “falso programa de reformas”, a que alude o “verdadeiro”. O documento merece discussão em si, mas a capa merece-o muito mais. 

A capa tem no centro, como motivo principal, uma imagem de carácter religioso: a célebre Escada da Divina Ascensão, subida por João Clímaco a caminho do Paraíso. João Clímaco era também conhecido como “João da Escada”. Há vários ícones orientais representando-a, exactamente da mesma forma que aqui o PSD a representa. Só que, aqui, é o Homem da Regisconta que a sobe com o seu fato de executivo e segurando a mesma pasta que é a sua marca inconfundível. A versão é a do Homem da Regisconta visto por trás, afastando-se de nós a caminho do Paraíso e, para saber o caminho, tem uma espécie de folha de rascunho, de apontamentos de uma reunião, um workshop empresarial, ou motivacional, que funciona como um blueprint para a salvação. Melhor: tem um “business plan”. Esse mapa para o divino lugar, implica o uso da informática, da “social media”, do marketing, do “business”, da estratégia e de uma panóplia de gráficos de barras e “pie charts” habituais em documentos empresariais e, de novo, nos cursos de gestão de baixa qualidade. Numa demonstração de grande originalidade, uma ideia nova é representada pela lâmpada da banda desenhada e está lá ao lado de um cifrão. Peço desculpa por usar muitas palavras em inglês, mas é em inglês que está escrita a folha negra com instruções para o caminho para o “sucesso” com ponto de exclamação: “success!!”. (…)

Resumindo e concluindo: o homem dos dias de hoje, um jovem executivo, ou um profissional de marketing, ou um diligente “jota”, tem nesta imagem sagrada a sua forma de aceder ao divino, ou seja, ao sucesso.

O que é que isto tem a ver com o Estado? Nada. Com reformas políticas? Nada. Com o povo e a melhoria das suas condições de vida? Nada de nada. Com uma mensagem política subliminar? Sim. É uma mensagem para o indivíduo, porque é do sucesso individual que se trata no mundo do “empreendedorismo”, não para um país, ou uma comunidade, uma classe ou uma nação. É uma mensagem esforçada e antiquada, com décadas de atraso, para o “homem da Regisconta” do início da informática e da entrada das máquinas de calcular e da moderna gestão no mundo empresarial. Nem sequer é para o yuppie da bolsa, nem o criativo das dot.com, nem para as start-up. Na verdade há muita incompetência e muita ignorância nestas incongruências, mas pouco importa.

É pelo “negócio” que se chega à salvação. É pela vulgata da linguagem dos “business plan” que se encontra o caminho para a “luz” ou seja, para o “sucesso”. O neo-PSD dos nossos dias pensa assim, ou seja, não pensa, tem uma fé. (…)


Mas este caminho hoje seguido pelos neo-PSDs faz imensos estragos naquele que é o maior partido político português e, por essa via, a Portugal. Quem deve estar a rabiar naquele título e por baixo dos pés do Homem da Regisconta é a palavra “social-democrata”, (…)

domingo, 3 de julho de 2016

Chaminés alentejanas

Ao contrário do que aconteceu nos dois últimos anos, este Verão não vai haver Melides para nós. O Alentejo e até mesmo Melides, a Vila, está a praticar os preços elevados do Algarve e, se bem que as suas praias na chamada Costa Vicentina sejam lindas, lindas, a neblina faz a sua aparição de tule sobre os areais enquanto a água do mar fica fria e revoltosa com o vento que muitas vezes sopra de Norte.

Mas faz pena não voltar a ver aquela paisagem plana e loira, aquela luz de brilho contundente que se nos reflete na alma, aquelas casas brancas de cal debruadas de azul que aparecem atarracadas por debaixo daquelas enormes, largas e pesadas chaminés com a data da construção. Muito típicas, muito caraterísticas.

Deixo aqui algumas da zona de Melides.




















E que me dizem destas que encontrei mais tarde?



sábado, 2 de julho de 2016

Pensamento profundo

E porque hoje é sábado, deixo-vos com este pensamento profundo para meditarem e, eventualmente, sobre ele perorarem ...


Muito bom fim de semana!

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Em tática que empata não se mexe!

Não sou nada fã de futebol. Melhor: não ligo nenhuma ao futebol. O facto é que sou mesmo adversa à competição, por isso jogos não são para mim. Feitios, claro!!

Tenho, no entanto, a minha preferência (acesa) nas equipas nacionais, como alimento, por outro lado, o meu odiozinho de estimação (ainda mais aceso…). Nem uma nem o outro vão ser aqui desvendados, pelo menos agora, para não importunar os meus queridos amigos.

Também desejo muito que a seleção faça boa figura lá em França. Primeiro por nós e depois para mostrar a esses gauleses e afins que não somos nenhuma espécie de suburbanos – para não dizer pior. Mas não me detenho a ver os jogos porque não quero, nem por nada, despertar a minha taquicardia e também porque não percebo nada daquilo…

Todo este “relambório” para trazer aqui a espetacular crónica de Ferreira Fernandes, hoje, no DN, (enquanto não for também afastado do jornal, sei lá!) sobre o jogo de ontem, a qual me fez dar umas gargalhadas bem sonoras.

Reparem só na ironia da segunda frase do texto, como que decalcada no belo verso de Pessoa: «Deus quer, o homem sonha e a obra nasce»… Uma verdadeira delícia!

«Simplesmente, coerência. O engenheiro quer, a equipa empata e vamos em frente. Vai ficar nos anais dos confrontos este Portugal que estaca para ir cada vez mais longe. Quem era, ontem, para aviar? A Polónia, habituada a ser rasgada pelos panzers dos vizinhos. Baralhámos-lhe a tradição: ontem, calhou aos polacos a derrota por uns gajos sem repentes. Nós é mais demorar, embaraçar, embargar, estorvar, obstar, suspender e tolher - como ordenou o engenheiro. Para ter a certeza dessa progressão quieta, abrimos o jogo de portas abertas. Aos dois minutos, golo de Lewand... perdão, do engenheiro. A ordem dele era: "Que eles marquem primeiro, assim fica mais seguro não irmos por aí fora, de golo em golo como malucos..." Suspirámos, pois, de alívio com o golo deles. A perder, ficámos com a vantagem de sermos nós a impor o almejado empate. Marcássemos nós no início, corríamos o risco de eles aguentarem o resultado e ficávamos com quase hora e meia de vitória, um horror. Em 510 minutos jogados em França só estivemos a ganhar durante 22 minutos... Pronto, com o 0-1, ficámos nas nossas perdulárias CR7 quintas! Depois, lá empatámos, para continuar gloriosamente assim. Prolongamento. Desta vez, o engenheiro não admitiu o abuso do Quaresma contra a Croácia (golo aos 117 minutos): ontem, o prolongamento foi respeitado, nulo inteirinho. E só se desfez o empate nos penáltis e, atenção, no último. Pode ser feio, mas nunca nos vi tão empatados numa vontade. Confesso, adoro.»

Ferreira Fernandes, DN, 1/Jul/2016


(daqui)